Análise da variabilidade da frequência cardíaca na síndrome dos ovários policísticos

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2009

RESUMO

Objetivo: Avaliar a modulação autonômica da freqüência cardíaca(FC), a partir da análise de sua variabilidade(VFC), e verificar a sua correlação com outros fatores de risco para as doenças cardiovasculares em mulheres portadoras da Síndrome dos Ovários Policísticos (SOP) e num grupo controle de mulheres ovulatórias saudáveis. Métodos: Foram avaliadas 23 mulheres com diagnóstico de SOP pelo Consenso de Rotterdam e 23 mulheres ovulatórias saudáveis, com idade variando entre 20 e 34 anos. Foram considerados os índices da VFC no domínio do tempo (SDNN e rMSSD) e no domínio da frequência (baixa frequência-BF e alta frequência-AF), além de parâmetros antropométricos, bioquímicos e hormonais de avaliação do risco cardiovascular. Para comparações entre os grupos foram utilizados os testes estatísticos de Mann-Whitney e teste t não-pareado, além do teste de correlação de Pearson para análise de correlações entre as variáveis, com nível de significância de 5%. Resultados: Em comparação ao grupo controle, as mulheres com SOP apresentaram níveis significativamente mais baixos de progesterona e mais elevados de glicose, insulina, colesterol total, triglicerídeos, aspartato aminotransferase e proteína C-reativa (PCR) de alta sensibilidade. Em relação à VFC, as análises entre os grupos mostraram diferenças estatisticamente significativas, com diminuição dos índices SDNN e rMSSD no grupo SOP, quando comparado ao grupo controle (p<0,05). A análise da VFC no domínio da freqüência também demonstrou valores estatisticamente inferiores para BF e AF no grupo SOP, em comparação ao controle. Foram observadas correlações negativas estatisticamente significativas entre o índice de massa corporal e os índices SDNN, BF e AF, indicando que a modulação autonômica diminui com o aumento do peso. xiv Também foram observadas correlações negativas estatisticamente significativas entre os índices de VT5FC e os níveis de insulina de jejum, colesterol total, triglicerídeos e PCR de alta sensibilidade. Conclusão: O estudo mostra que a modulação autonômica da FC em mulheres com SOP estão reduzidas em comparação a mulheres ovulatórias saudáveis. Esse achado está correlacionado com o ganho de peso, dislipidemia e parâmetros de inflamação e resistência insulínica. Nesse sentido, medidas preventivas devem ser enfatizadas na abordagem clínica das pacientes com SOP, especialmente aquelas envolvendo orientação nutricional e atividade física regular

ASSUNTO(S)

síndrome dos ovários policísticos ciencias da saude risco cardiovascular modulação autonômica da frequência cardíaca

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