Análise da qualidade de vida, depressão e saúde oral em pacientes diábeticos idosos

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2007

RESUMO

Por longo período, foi consenso a noção de que o impacto das doenças em termos de saúde pública fosse medido pelos índices de mortalidade. Nas patologias crônicas, entretanto, outras perspectivas de avaliação dos resultados estão sendo pesquisadas, levando em conta não somente a dimensão médica de redução da morbi-mortalidade. O escopo deste estudo foi investigar a Qualidade de Vida Relacionada à Saúde (QVRS), Depressão e Saúde Oral em pacientes idosos com Diabetes Mellitus (DM) e a relação entre essas variáveis. A população deste estudo foi composta de 127 pacientes (idade 60-80 anos) consecutivos, regularmente atendidos no Ambulatório de Diabetes do Hospital Universitário Walter Cantídio da Universidade Federal do Ceará. A QVRS foi avaliada por meio do Medical Outcome Study Health Survey 36-Item Short Form (SF-36) e da Escala Analógica Visual (EAV), e a depressão foi investigada pela Escala Geriátrica de Depressão de 15 itens (EGD-15). O diagnóstico de depressão foi estabelecido pela entrevista semi-estruturada, de acordo com os critérios do DSM-III-R (SCID). A saúde oral foi avaliada pelo índice de Dentes Cariados, Obturados e Perdidos (CPO-D) e a necessidade de próteses e sua adaptação. Outros parâmetros clínicos e laboratoriais relevantes foram obtidos via de entrevista ou revisão de prontuário. Os participantes eram principalmente mulheres (79.5%) e na autoavaliação de saúde oral, 68,8% de pacientes acreditavam que sua saúde oral era boa ou excelente. Mais do que 67% apresentaram um índice de CPOD de 32 e o número médio de dentes foi de 3.4 por idoso. A média do CPO-D foi de 29.6 e as médias do número de dentes cariados (C) alcançou 0.2, obturado (O) 0.9 e perdidos (P) com 28.4. O uso de prótese era necessário em 98.4% dos pacientes, mas 24.8% precisavam de prótese superior, mas não as usavam, e 49.6% precisavam de prótese inferior, mas também não a usavam. O valor médio do EAV foi de 75.5 mm [95% CI 71.6-79.4]. A média do EAV dos pacientes que precisavam de prótese inferior, mas não usavam, foi menor quando comparado com os pacientes que precisavam e as usavam. Nenhuma correlação foi observada entre QVRS (SF-36) e CPO-D. A prevalência de depressão encontrada foi de 31.5% pelo SCID e de 52% quando utilizada EGD-15. Os pacientes sem depressão apresentavam escores mais elevados de todos os domínios do SF-36, quando comparados com os pacientes deprimidos. O valor médio do EAV estava associado negativamente com o diagnóstico de depressão realizado mediante o SCID (p<0.001) e/ou pelo EGD-15 (p<0.011). A condição de saúde oral dos pacientes era precária, com elevada incidência de edentulismo (66%) e 98.4% dos pacientes precisando usar algum tipo de prótese dentária. A prevalência de depressão foi alta, com 52% e 31.5% utilizando a EGD-15 e a SCID, respectivamente. A auto-avaliação de QVRS (EAV) foi associada de forma negativa a pacientes que necessitavam de prótese inferior, mas não as usavam, quando comparada com aqueles que estavam usando a prótese inferior. A presença de depressão afetou negativamente a QVRS (SF-36 e EAV).

ASSUNTO(S)

saude coletiva diabetes mellitus - dissertaÇÕes idosos - saÚde bucal - dissertaÇÕes idosos - qualidade de vida - dissertaÇÕes

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