Análise da preferência dos consumidores por álcool e gasolina segundo dados da POF 2002-2003 / Analysis of the preference of consumers for alcohol fuel and gasoline, according to data from POF 2002-2003

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2007

RESUMO

O objetivo central deste trabalho foi desenvolver um modelo empírico que mostrasse a existência, ou não, de diferentes probabilidades de consumo do álcool nas regiões abrangidas pela Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF). Isto permite analisar se políticas energéticas para o setor de combustíveis devem ser diferenciadas por região. Em um segundo momento, esses resultados foram usados para a realização de simulações, por meio de modificações nas variáveis explicativas, da probabilidade de consumo do álcool. O intuito foi verificar as modificações esperadas, desses resultados, na demanda da gasolina e do álcool combustível e fazer comparação, por meio de ilustração, entre os resultados reais e os simulados em relação à emissão de CO2 resultante do consumo estimado para esses combustíveis. Os dados exibem baixa preferência pelo álcool no Brasil, abaixo de 10% do total da amostra. Em relação às probabilidades reais estimadas, a região Sudeste apresenta efeitos superiores aos alcançados para Brasil, aproximadamente 1,3 vezes maior. Os resultados encontrados em relação a acréscimos no preço do álcool combustível mostram, de maneira similar à verificada para Brasil, maior sensibilidade da redução da probabilidade para acréscimos entre os intervalos de variação de 05 e 20%. Variações no preço da gasolina de forma a aumentar o preço desse combustível causam maior diferença entre a probabilidade real e a simulada, aumento, do que reduções no preço do álcool. Para a região Sudeste, o impacto na probabilidade em virtude de aumentos no preço da gasolina é cerca de três vezes maiores do que os verificados em conseqüência de reduções no preço do álcool. Os resultados encontrados para as simulações que consideram reduções no preço da gasolina para a região Sudeste mostram que em torno de 40% de aumento nesse preço a probabilidade estimada aproxima-se de zero. Para Brasil, essa condição corresponderia a valores próximos a 35% de redução no preço desse combustível. De modo geral, para os intervalos de variações considerados, aumentos no preço da gasolina implicam aumentos em torno de três vezes maiores na probabilidade de consumo do álcool em relação a reduções no preço do álcool. As estimativas encontradas para a demanda total de combustíveis, gasolina e álcool, em litros, e a emissão de carbono, em toneladas por litro, esperados para um período de cinco anos e impactos na probabilidade para variação nos preços de 5% mostram que a demanda total e, consequentemente, a emissão de carbono verificada para Brasil é cerca de 2,5 vezes maior que à da região Sudeste. Examinando a diferença entre as estimativas de emissão de carbono esperadas para um comportamento futuro que exibisse a probabilidade real estimada de consumo atual e as probabilidades de consumo estimadas para alterações desse comportamento, via preço, tem-se que para as situações que implicam aumento da probabilidade de consumo do álcool combustível, ou seja, redução do preço desse combustível e aumento do preço da gasolina, reduções em torno 0,15% para o primeiro caso, e 0,37%, para o segundo, para Brasil. Para a região Sudeste, redução do preço do álcool originaria redução de cerca de 955,16 toneladas ano-1, e 2.519,13 toneladas ano-1 para semelhante percentual de aumento no preço da gasolina, o que corresponderia a reduções de 0,165 e 0,43% . Nota-se que alterações no preço da gasolina originam impactos em torno de 2,6 e 2,4 vezes maiores na redução de emissão para região Sudeste e Brasil, respectivamente. Aumento do preço do álcool implica em aumentar o nível de emissão de carbono em cerca de 1.969,81 toneladas ano-1 para Brasil, e 855,60 toneladas ano-1 na região Sudeste. Isto implica em aumentar o nível de emissões em 0,13% para Brasil e 0,15% para a região Sudeste. Para redução no preço da gasolina esse aumento no nível de emissões será de cerca de 0,28%, para Brasil, e 0,35%, Sudeste. Como previsto, mudanças no preço da gasolina provocam maiores alterações na demanda e emissão. Assim, os resultados do modelo base e os simulados mostram que programas políticos que promovam maior eficiência, autonomia, da gasolina possuem maior probabilidade de reduzir seu consumo do que no caso de programas que incentivem o consumo de combustíveis alternativos, como células de hidrogênio, biodiesel, gás natural e eletricidade.

ASSUNTO(S)

análise da preferência freqüência de aquisição probability of consumption preference analysis probabilidade de consumo aquisition frequency comportamento do consumidor consumer behavior

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