Análise da margem de comercialização do arroz gaúcho no mercado de São Paulo no período pós Plano Real / Analysis of the marketing margin of the gaucho rice in the Sao Paulos market in the period after the Real Plan

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

13/12/2011

RESUMO

O comportamento da margem de comercialização como indicador de eficiência e desempenho do sistema de comercialização agrícola foi alvo de diversas pesquisas, principalmente, nos anos 1970 e início dos anos 1990, período de elevadas taxas de inflação na economia brasileira. Diversas alterações no cenário macroeconômico do período pós Plano Real (estabilização monetária, abertura econômica, modificações no regime cambial, etc.), concomitantemente com a diminuição da intervenção estatal, justificam que o tema seja novamente abordado, o que foi feito nesta dissertação considerando um produto essencial na alimentação do povo brasileiro, notadamente daqueles com menor poder aquisitivo o arroz. Em relação a esse cereal, constata-se crescimento da produção nacional, principalmente em razão a ganhos de produtividade, destacando-se a concentração da sua produção no Rio Grande do Sul. Pelo lado da demanda, observa-se uma lenta diminuição do consumo per capita, devido a fatores como aumento da renda, da taxa de urbanização e mudanças nos hábitos de consumo. Entretanto, o arroz ainda é um produto básico na alimentação do brasileiro, sendo o estado de São Paulo o maior centro de consumo do cereal. O objetivo principal deste trabalho foi examinar os fatores que afetam a margem de comercialização do arroz produzido no Rio Grande do Sul e consumido na cidade de São Paulo de agosto de 1994 até março de 2011. Para tanto foi estimado um modelo econométrico para captar as relações entre as variáveis que afetam essa margem. Esse modelo, proposto por Aguiar (1994), foi estimado no presente trabalho utilizando a metodologia VEC (Modelos de Autorregressão Vetorial com Correção de Erro com identificação pelo processo de Bernanke). As variáveis utilizadas para explicar a margem absoluta de comercialização foram: preço ao varejo na cidade de São Paulo; preço ao produtor no Rio Grande do Sul; e como itens de custo de comercialização: a taxa de juros (Selic); o rendimento médio do trabalhador privado da região metropolitana de Porto Alegre; o preço do litro óleo diesel; uma proxy de risco de preço; e, por fim, o índice de preços de fertilizantes tomado como proxy dos custos agrícolas. O resultado da função impulso resposta mostra que todas as variáveis de custo de comercialização afetaram positivamente a margem. O choque positivo de 1% no índice de preços dos fertilizantes, variável representativa do custo agrícola, tem efeito acumulado de 0,15% sobre a margem, indicando, conforme o modelo teórico discutido, que no período analisado as variações de preços do arroz partiram predominantemente do segmento varejista. A decomposição histórica da variância dos erros de previsão (dentro da amostra) aponta que os fundamentos explicam, em conjunto, pelo menos de 93% das variações da margem em 100% dos casos. Adicionalmente, observa-se que os choques de demanda (preço ao varejo) e de oferta (preço ao produtor) são os principais determinantes da variação da margem - desvios ocorridos entre os valores efetivos e os previstos sendo de menor importância os custos de comercialização e agrícola.

ASSUNTO(S)

arroz - produção - rio grande do sul comercialização agrícola - custos marketing costs marketing margin mercado - são paulo preços prices rice var

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