Análise da eficiência de uma rede de urgência para tratamento de múltiplos queimados.

AUTOR(ES)
FONTE

Rev. Col. Bras. Cir.

DATA DE PUBLICAÇÃO

18/04/2019

RESUMO

RESUMO Objetivo: avaliar a eficácia da estratégia adotada e a qualidade do atendimento em trauma pediátrico na sobrevivência dos pacientes atendidos após desastre em uma cidade do interior de Minas Gerais, em comparação a resultados esperados por estudos sobre mortalidade infantil em grandes queimados. Métodos: análise retrospectiva observacional de dez pacientes que sofreram queimaduras e foram transferidos para um centro de referência de trauma. Utilizou-se o escore de R-Baux modificado para estimar a mortalidade esperada. Comparou-se a mortalidade esperada a partir do escore de R-Baux e a mortalidade real, a partir do teste de uma proporção. Comparou-se, também, tempo de admissão pós-trauma com mortalidade e grau de superfície corporal queimada com mortalidade. Resultados: o R-Baux médio foi de 75,2, o que significa uma mortalidade esperada para grandes queimados de 5%. No entanto, a mortalidade do grupo com grande área de superfície corporal queimada desse estudo foi de 60%, valor p=0,001. Observou-se neste caso uma mortalidade muito além da esperada pela literatura. Conclusão: apesar das inúmeras variáveis, aventa-se a hipótese de infraestrutura de atendimento em trauma pediátrico aquém da necessária no Estado. Este estudo sugere maior incentivo à políticas públicas para atendimento de trauma pediátrico, centro de referência preparado, acordos de transferência bem estabelecidos e otimização de planos de catástrofe para diminuição da morbimortalidade para os pacientes que sobrevivem à primeira hora após o trauma.ABSTRACT Objective: to evaluate the effectiveness of the adopted strategy and the care quality for pediatric trauma in the survival of patients attended after a disaster in a city in the interior of Minas Gerais state, compared to the expected results of studies on infant mortality in major burns. Methods: retrospective observational analysis of ten patients who were burned and transferred to a trauma reference center. We used the modified R-Baux score to estimate the expected mortality. We compared the expected mortality predicted by R-Baux score and the actual mortality determined from one-ratio test. We also compared time of post-trauma admission with mortality and burned body surface area with mortality. Results: mean R-Baux score was 75.2, which means an expected mortality of 5% among major burn patients. However, in this study, mortality in the group of children with large burned body surface area was of 60%, p=0.001, a rate far beyond that expected in literature. Conclusion: despite the innumerable variables, we consider the hypothesis of the pediatric trauma care infrastructure being inferior than the one needed in the state. This study suggests a greater incentive for public policies concerning pediatric trauma care, prepared referral center, well-established transfer agreements, and optimization of catastrophe plans, in order to reduce morbimortality of patients who survive the first hour after trauma.

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