ANÁLISE DA ASSOCIAÇÃO DE ALELOS HLA DE CLASSE II (DRB1) COM A HANSENÍASE EM UMA POPULAÇÃO DE SÃO LUÍS/MA / ANALYSIS OF THE ASSOCIATION OF HLA CLASS II ALLELES (DRB1) WITH LEPROSY IN A POPULATION OF SÃO LUÍS/MA

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

01/12/2011

RESUMO

A hanseníase é uma doença infecto-contagiosa, que se manifesta principalmente por sinais e sintomas dermatoneurológicos. Estudos epidemiológicos têm mostrado que a variabilidade da resposta clínica à infecção causada pelo M.leprae está associadas aos fatores genéticos do hospedeiro. O sistema HLA (Human Leucocitary Antigen Antígeno Leucocitário Humano) região de genes altamente polimórficos localizados no braço curto do cromossomo 6 (6p21) tem sido apontado como relevante, principalmente na associação HLA-DRB1 e hanseníase. O presente estudo investigou a frequência de alelos HLA de classe II (DRB1) e a associação com a hanseníase em uma população de São Luís - MA. Para a análise do lócus HLA-DRB1, foi realizado um estudo do tipo caso-controle, com oitenta e cinco indivíduos com hanseníase e oitenta e cinco indivíduos sadios no período de maio de 2008 a setembro de 2010. Os dados referentes aos aspectos epidemiológicos, clínicos e operacionais dos casos de hanseníase foram coletados, utilizando-se um formulário com perguntas abertas e fechadas. Os dados genéticos foram obtidos por meio da coleta de sangue para a extração do DNA genômico, sendo a tipificação HLA realizada pelo método SSOP (Sequence Specific Oligonucleotides Probes Sondas de Oligonucleotídeos Sequência Específica). A ocorrência da associação foi avaliada pela comparação das frequências dos alelos em ambos os grupos sendo o resultado considerado significante quando p <0,05. Foi calculado Odds Ratio com intervalo de confiança de 95%. Os resultados mostraram que 51,8% eram do sexo masculino e 62,4% da cor parda. A faixa etária de 40 a 64 anos foi a mais acometida pela hanseníase (41,2%) sendo a forma clínica virchowiana (42,5%) mais frequente. A classificação operacional multibacilar foi predominante (72,9%). O alelo HLA-DRB1*16 apresentou frequência maior no grupo com hanseníase, mostrando tendência associada à suscetibilidade (9.41% vs. 4.12%, OR=2.41, IC=0.96-6.08, p=0.05). O alelo HLA-DRB1*11 foi menos frequente no grupo com hanseníase (6.47% vs 11.76%, OR=0.51 IC=0.231.12, p=0.09). A frequência dos alelos HLA-DRB1 entre o grupo controle e subgrupos mostraram que o alelo HLA-DRB1*16 (16.13% vs. 8.24%, OR=4.10, IC =1.27-13.27, p=0,010) e o alelo HLA-DRB1*14 (5.% vs. 3.53%, OR=4.63, IC =1.00-21.08, p=0,032) foram mais frequentes com significância estatística associadas às formas da doença. Os resultados demonstraram a suscetibilidade genética associada às formas clínicas. O alelo HLA-DRB1*16 foi associado à forma virchowiana (LL), enquanto o alelo HLA-DRB1*14 à forma tuberculóide (TT). A baixa frequência do HLA-DRB1*11 sugere novas investigações relacionadas ao seu possível efeito de proteção para a doença.

ASSUNTO(S)

hanseníase gene hla-drb1 estudo de associação genetica leprosy hla-drb1 gene association study

Documentos Relacionados