Análise cronológica e pedológica de uma topossequência na planície fluvial do médio Mogi Guaçu / Chronological and peedological analysis of a toposequence of the Middle Mogi Guaçu river fluvial plain

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

16/03/2011

RESUMO

O rio Mogi Guaçu apresenta, no trecho próximo a Estação Ecológica de Jataí, em Luis Antônio-SP, elevada sinuosidade do canal e inúmeros meandros abandonados causados pela migração lateral e posterior avulsão do curso principal. Essa situação proporcionou uma configuração específica para os solos localizados no terraço e na planície aluvial do rio. Para entender melhor a morfopedogênese desse local, foi feita uma sequência de perfis e tradagens para a investigação da continuidade lateral dos horizontes pedológicos, para depois serem realizadas análises químicas, granulométricas, mineralógicas, micromorfológicas e datações. Identificou-se horizontes ricos em matéria orgânica que ocupam toda a várzea e antigo terraço fluvial, que estão se desenvolvendo sobre um depósito residual de 130.000A.P, conforme datação realizada em um dos perfis. Esses horizontes possuem gêneses diferentes. Um deles, classificado como hístico (H), se desenvolveu preenchendo um antigo meandro abandonado, enquanto os horizontes acima dele, compostos por uma sequência de horizontes A húmicos, foram depositados posteriormente em ambiente de maior energia do rio, num dado momento onde ele já tinha incidido seu talvegue em alguns metros e se deslocado no sentido contrário ao de sua planície aluvial. Esse horizonte foi enterrado por sedimentos aluviais e a preservação da matéria orgânica foi eficiente, apesar de apresentar menores quantidades de carbono orgânico que o horizonte H. A mineralogia mostrou que a Caulinita é o mineral predominante na fração argila, apesar de ocorrerem também Gibbsita e VHE. Esta última seria resultado de neoformação, indicando atual situação de drenagem livre, ou, sua presença é de origem alóctone. A micromorfologia mostrou feições redox ainda preservadas na base do perfil 3, porosidades fissurais associadas à processos de perda de água pela superfície e grandes diferenças granulométricas entre os perfis apresentados, a principal delas se refere à diminuição latente do grau de seleção dos grãos do esqueleto no sentido da vertente para a planície aluvial. As razões molares apontaram para descontinuidades no horizonte 2A em P5 e P3, e entre os horizontes Ah e H, no perfil 4, mostrando distintas condições de pedogênese dentro dos perfis. Os processos de formação desses horizontes estão ligados à migração lateral do rio Mogi Guaçú e incisão do seu talvegue, que proporcionaram condições redutoras para o acúmulo de matéria orgânica, resultando em momentos de maior e menor acúmulo. Com as datações foi possível propor a cronologia da formação do paleoterraço e da planície aluvial nos últimos 130.000 anos e dos solos associados, no entanto, as considerações feitas a respeito da influência do paleoclima e de fatores estruturais não são conclusivas, devido à dinâmica geológica e geomorfológica da área, que é bastante específica.

ASSUNTO(S)

geomorfologia fluvial - mogi-guacu rio (sp) aluvião sedimentos e depositos estação ecologica de jatai (sp) fluvial geomorphology fluvial deposits sediments and deposits ecological station of jataí (sp)

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