Ambliopia estrabísmica: adesão ao tratamento oclusivo em hospital terciário no Centro-Oeste Brasileiro

AUTOR(ES)
FONTE

Rev. bras.oftalmol.

DATA DE PUBLICAÇÃO

2020-10

RESUMO

Resumo Objetivo: Determinar a adesão de pacientes com ambliopia estrabísmica submetidos a tratamento oclusivo, acompanhados em Centro de Referência em Oftalmologia do Centro-Oeste do Brasil, e identificar fatores de risco para baixa adesão. Métodos: Estudo de coorte retrospectivo e consecutivo. A adesão relatada em cada visita foi relacionada à acuidade visual, história familiar, mudanças no tempo de oclusão e na equipe de atendimento ao paciente durante o tratamento. Os pacientes foram divididos em dois grupos de acordo com a adesão: grupo de não-adesão e grupo adesão (subdividido em subgrupo adesão total e subgrupo adesão parcial). Resultados: A idade ao início do tratamento variou de 3,7 a 13,7 anos, o desvio mais frequente foi a esotropia, o tempo médio de oclusão foi de 5 a 7 horas por dia. Dos 220 pacientes, 193 (87,7%) obtiveram adesão, 114 (51,8%) no subgrupo de adesão total e 79 (35,9%) no subgrupo de adesão parcial, e 27 não aderiram (12,3%). A não-adesão foi relacionada à história de epilepsia, maior taxa de suspensão do tratamento devido à ineficácia, maior taxa de evasão, menor recorrência e menor taxa de manutenção da oclusão profilática pós tratamento. A boa adesão foi relacionada à história familiar de estrabismo, maior taxa de recorrência e maior manutenção da oclusão profilática pós tratamento. Não houve relação entre não-adesão e mudanças nos horários de oclusão ou na equipe de atendimento durante o tratamento. Conclusão: A adesão ao tratamento oclusivo da ambliopia estrabísmica foi semelhante aos estudos que incluíram ambliopia refracional e estrabísmica e não se correlacionou a mudanças no tempo de oclusão ou na equipe de atendimento. A história familiar de estrabismo foi um fator de proteção.

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