Ambientes digitais virtuais em saúde : alternativa para uma melhor qualidade de vida de crianças hospitalizadas

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2007

RESUMO

Este estudo configura-se como uma investigação qualitativa, descritiva através de “Estudo de Caso” integrado ao leque de pesquisas em desenvolvimento pelo NIEE, (Núcleo de Informática na Educação Especial) Faculdade de Educação da UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul), sob a coordenação da Professora Dra. Lucila Maria Costi Santarosa. Utilizando ambientes digitais virtuais, buscou-se oportunizar uma melhor qualidade de vida para crianças hospitalizadas e identificar que mudanças ocorreram nas dimensões sócio-afetivas. O universo envolvido na pesquisa foi constituído de 12 crianças da oncologia na faixa etária de 07 à 15 anos, sendo 03 sexo feminino e 09 sexo masculino, todas em tratamento quimioterápico pelo Sistema Único de Saúde (SUS), no Hospital da Criança Santo Antonio, no Complexo Hospitalar da Santa Casa de Misericórdia, de Porto Alegre RS, Brasil. O objetivo geral desse estudo consistiu em desenvolver e acompanhar o processo de interação/colaboração virtual de crianças hospitalizadas, utilizando as tecnologias de informação e comunicação (TICs), procurando identificar aspectos sócio afetivos desencadeados neste percurso, em busca de melhor qualidade de vida. O referencial teórico foi embasado na teoria de Vygotsky que de acordo com sua fundamentação, a aprendizagem cria a Zona de Desenvolvimento Proximal (ZDP) despertando os processos evolutivos internos que se desenvolvem quando a criança interage com os outros. Através da mediação procurou-se frestas onde se pudesse constatar quais mudanças ocorreram nas crianças hospitalizadas quando mediadas por agentes computacionais. Constatou-se que a dinâmica utilizando os ambientes digitais poderá impedir ou minimizar a criação de hiato no desenvolvimento dessas crianças, devido a sua exclusão compulsória do ambiente escolarizado, permitindo sua inclusão num novo cenário, onde as aprendizagens ocorrem de maneira lúdica e descontraída. A debilidade física foi freqüente e tendeu a crescer no decorrer das interações,entretanto, mesmo no contexto desfavorável, identificamos aspectos positivos como: a tendência decrescente da desmotivação e a motivação em índices satisfatórios, além do bom humor, da auto-estima da aparência, da auto-estima do conhecimento, e da iniciativa, identificados durante todo o processo da pesquisa. Os resultados obtidos nos sugerem que os ambientes digitais são um poderoso meio para potencializar melhor qualidade de vida, diminuindo o isolamento, o estresse, a apatia, a timidez a baixa autoestima, a intolerância, a raiva, a tristeza, entre outros aspectos sócio afetivos, podendo - levar a constituição de pequenas comunidades de aprendizagem, propiciando interação das crianças hospitalizadas com crianças e outros atores do mundo externo.

ASSUNTO(S)

criança hospitalizada special education hospitalized children qualidade de vida oncology oncologia tecnologias de informação e comunicação (tics) social-affective aspects enhanced quality of life information and communication technologies

Documentos Relacionados