AMBIENTE E TRABALHO: CONDIÇÕES DE ESTRESSE EM PROFISSIONAIS DE UM CENTRO DE ATENÇAO PSICOSSOCIAL I NO INTERIOR DO MATO GROSSO

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2009

RESUMO

O trabalho, gerador de recursos materiais, é também fonte de auto-realização e de relações interpessoais. No melhor caso, deve promover um equilíbrio saudável. Porém, também pode ameaçar a saúde do trabalhador. Esta pesquisa abordou o ambiente de trabalho como um conjunto de fatores de qualidade e fatores de risco para o bem-estar do trabalhador. Teve como objetivo de investigar a vivência cotidiana de estresse profissional dos profissionais de um Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) I no Mato Grosso, frente ao ambiente interno e externo, relacionando este com as condições de trabalho e a saúde ocupacional. Foram contempladas características objetivas do ambiente, como as arquitetônicas, jardins (integração com a natureza no ambiente de trabalho); mas também a apreciação subjetiva destes ambientes quanto à funcionalidade (execução do trabalho) e à humanização do trabalho (efeito sobre o bem-estar do trabalhador). Foi realizada uma pesquisa-ação empregando métodos múltiplos, incluindo analise de conteúdo de entrevistas; coleta de dados através de fotografias e anotações de campo; pesquisa documental e pesquisa bibliográfica. Teve como participantes dez profissionais da saúde do CAPS I. Os dados foram processados de acordo com os preceitos da Grounded Theory, construindo categorias em um processo indutivo-análitico e ao mesmo tempo organizando-os numa visão explicativa que pôde levar a mudanças positivas no ambiente estudado. Os resultados acusaram como estressores importantes: inadequações do ambiente interno, (principalmente o tamanho insuficiente das salas, a ventilação inadequada, desconforto térmico, olfativo e visual) e do ambiente externo (desconforto térmico e falta de sombra e de grama); falta de estabilidade empregatícia; baixos salários; dupla jornada de trabalho; dúvidas quanto ao alcance dos objetivos do trabalho com os pacientes. Além disso, foi detectada uma sensação de serem pressionados pela política local, e de serem pouco valorizados pelos dirigentes municipais. Os participantes relatam diversos sintomas de estresse, mas também um leque de estratégias de coping e fontes de resiliência (incluindo religiosidade, envolvimento na colaboração com colegas, percepção de melhoras em pacientes; e outros). Conclui-se que tanto a adequação do ambiente físico de trabalho e o contexto político-social mereçam atenção como moderador do estresse ocupacional de profissionais de centros de saúde mental.

ASSUNTO(S)

coping mental health workers resilience resiliência coping meio ambiente ciencias da saude occupational stress environment estresse ocupacional trabalhadores da saúde mental

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