Alterações hematologicas e diturbios do metabolismo do ferro em pacientes infectados pelo HIV

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2002

RESUMO

Pacientes infectados pelo HIV apresentam diversas alterações hematológicas, relacionadas principalmente às citopenias. Dentre elas, a mais freqüente é a anemia caracterizada, na maior parte dos casos, como anemia de doença crônica (ADC), cuja etiologia é multifatorial. O objetivo deste trabalho foi estudar diversos aspectos relacionados à hematopoiese em pacientes com aids, e através dessa análise inicial, selecionamos um grupo com ADC para avaliar a associação entre os aspectos hematológicos, alterações do metabolismo do ferro e a associação com níveis de IFN-g. Parâmetros relacionados com o metabolismo de Fe, tais como Fe sérico, ferritina sérica (FS), receptores solúveis de transferrina (sTfR) e parâmetros relacionados com a hematopoiese, tais como eritropoietina (EPO), hemoglobina (Hb), reticulócitos (RTC), plaquetas (PLT) e línfócitos foram correlacionados com IFN-g e os resultados foram comparados com um grupo de 42 pacientes HIV positivo não anêmicos. Foram realizados os testes para investigação do diagnóstico sorológico, avaliação do perfil hepático, perfil hematológico, estudo do metabolismo do ferro, determinação de IFN-g e dosagem de EPO com a finalidade de determinar a gravidade da doença e a resposta da medula óssea. Os nossos resultados mostraram a freqüência das alterações hematológicas, principalmente as citopenias, nos pacientes HIV positivo estudados. A maioria dos pacientes com anemia apresentaram morfologia normocítica-normocrômica e característica laboratorial de ADC. Além da série vermelha, observamos outras anormalidades hematológicas em relação às contagens de plaquetas, leucócitos, linfócitos, neutrófilos e RTC nos 111 pacientes estudados. Observamos, também, concentrações de FS elevados em pacientes com ADC e dosagens de sTfR normal ou levemente elevados em ambos os grupos. Não houve correlação entre IFN-g e FS e entre determinações de IFN-g e sTfR. Baixos valores de CD4/CD8 foram obtidos nos pacientes com ADC e uma correlação inversa foi observada entre IFN-g e CD4/CD8 nos grupos com e sem anemia. As contagens de RTC e as concentrações de EPO foram similares em ambos os grupos e as porcentagens de RTC imaturos estavam elevadas em pacientes anêmicos, indicando uma aparente tentativa da resposta medular para compensar o aumento da demanda. De acordo com os nossos dados não foi possível confirmar a associação entre o IFN-g e os distúrbios no metabolismo do Fe na ADC, mas nossos resultados reforçam o importante papel do IFN-g na gravidade da doença e a proeminente deterioração do sistema imunológico nos pacientes HIV positivo com ADC. Pudemos, ainda, constatar a dificuldade de se estabelecer o diagnóstico laboratorial da causa da anemia nesses pacientes

ASSUNTO(S)

interferon anemia aids (doença)

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