Alteração cérvico-orofacial em indivíduos com síndrome da resistência de via aérea superior
AUTOR(ES)
Oliveira, Pedro Wey Barbosa de, Gregorio, Luciano Lobato, Silva, Rogério Santos, Bittencourt, Lia Rita Azevedo, Tufik, Sergio, Gregório, Luis Carlos
FONTE
Braz. j. otorhinolaryngol.
DATA DE PUBLICAÇÃO
2016-08
RESUMO
Resumo Introdução: Estudos que avaliam a via aérea superior (VAS) nos distúrbios respiratórios relacionados ao sono (DRRS) foram realizadas somente em pacientes com Síndrome da apneia obstrutiva do sono (SAOS) que procuram o atendimento médico. Portanto, além da necessidade de estudos populacionais, não há dados sobre o exame físico cérvico-orofacial em indivíduos com Síndrome de Resistência das Vias Aéreas Superiores (SRVAS). Objetivos: Comparar o exame cérvico orofacial entre voluntário com SRVAS e sem DRRS. Método: Através de questionários, medidas físicas, polissonografia e avaliação otorrino-laringológica comparou-se o exame físico cérvico orofacial, através de uma análise sistemática do esqueleto facial, boca, faringe e nariz, entre voluntários com SRVAS e voluntários sem DRRS em uma amostra representativa da população adulta da cidade de São Paulo. Resultados: Avaliamos 1042 voluntários. Foram excluídos: 49 indivíduos (5%) que não realizaram avaliação otorrinolaringológica; 381 (36%) apresentaram índice de apneia e hipopnéia (IAH) > 5 eventos/hora e 131 (13%) apresentaram saturação da oxihemoglobina < 90%. Entre os 481 voluntários restantes (46%), 30 (3%) preenchiam os critérios estabelecidos para a definição de SRVAS e 53 (5%) que preenchiam os critérios do grupo controle. Na avaliação clínica dos sintomas nasais, o grupo SRVAS apresentou mais ressecamento orofaríngeo (17% vs. 29,6%; p = 0,025), desvio septal grau 1 a 3 (49,1% vs. 57,7%; p = 0,025), comparado ao controle. No modelo de regressão logística observamos que indivíduos do grupo SRVAS apresentaram uma razão de chance 15,6 vezes maior de apresentarem nariz alterado; 11,2 vezes maior de serem hipertensos e 7,6 vezes maior de se queixarem de ressecamento orofaríngeo quando comparados ao grupo controle. Conclusão: A avaliação sistemática do esqueleto facial, boca, faringe e nariz, entre voluntários com SRVAS e voluntários sem DRRS, mostrou que a presença de SRVAS está principalmente associada à alterações nasais e ressecamento orofaríngeo, além do risco de hipertensão arterial, independentemente do gênero e obesidade.
ASSUNTO(S)
transtornos do sono resistências das viasrespiratórias obstrução nasal
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