Alimentação saudável na escola : qualidade nutricional e adequação à legislação vigente das cantinas escolares da rede pública estadual de Porto Alegre

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2010

RESUMO

Introdução: Os hábitos alimentares modernos têm sido objeto de preocupação das ciências da saúde desde que os estudos epidemiológicos passaram a demonstrar uma estreita relação entre dieta atual e o crescimento das taxas de obesidade no Brasil, especialmente entre crianças e adolescentes. Atualmente, observa-se um consumo exagerado de alimentos ricos em açúcar simples, sódio e gordura saturada e pobre em fibras e micronutrientes. As escolas, ao ofertarem alimentos hipercalóricos nas cantinas, contribuem para esse consumo inadequado do ponto de vista nutricional. Objetivo: Avaliar a qualidade nutricional dos lanches ofertados nas cantinas das escolas públicas de Porto Alegre e sua adequação à legislação vigente. Metodologia: Foram avaliadas as cantinas de 26 escolas estaduais de Porto Alegre através de observações do pesquisador e da realização de entrevista com os responsáveis pelas cantinas para aplicação de questionário elaborado especialmente para esta pesquisa. Este contava com questões sobre as características da cantina e do seu responsável e os alimentos ofertados. Foram observados os alimentos mais consumidos e a adequação à legislação vigente quanto a aspectos nutricionais e higiênico-sanitários. Resultados: Observou-se ausência de nutricionista em 80,8% das cantinas. Dos responsáveis, 53,8% possuíam capacitação sobre higiene e manipulação de alimentos. Os lanches mais ofertados foram chocolates/guloseimas (100%), refrigerante e bolacha recheada (96,2%) e os mais consumidos salgado assado (80,8%), refrigerante (53,8%) e cachorro-quente (50%). Todos os estabelecimentos estavam em desacordo com a legislação, sendo que 96,2% não ofertavam alimentos saudáveis de forma mais evidente, nem contavam com painéis informativos, e 61,5% não possuíam alvará sanitário. Quanto às medidas básicas de higiene, em 69,2% não havia uso de uniformes, 73,2% dos manipuladores utilizavam adornos e somente 50% dos ambientes se encontravam limpos. Conclusão: Os alimentos ofertados nas cantinas e aqueles consumidos pelos alunos não eram saudáveis e as cantinas não estavam cumprindo as medidas de higiene e de promoção da alimentação saudável, devendo este tema ser melhor trabalhado no projeto pedagógico da escola e os cantineiros capacitados não somente sobre medidas de higiene, mas no conceito e na forma de promoção de lanches mais nutritivos.

ASSUNTO(S)

transição nutricional obesidade alimentação escolar

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