Algas marinhas bentônicas de áreas insulares do Paraná, sul do Brasil: checklist, novas ocorrências para o Estado e implicações para a conservação

AUTOR(ES)
FONTE

Biota Neotrop.

DATA DE PUBLICAÇÃO

15/06/2014

RESUMO

O presente estudo descreve a diversidade de algas marinhas bentônicas em áreas insulares da costa do Paraná, sul do Brasil. As amostras de algas foram coletadas entre 2006 e 2010 durante o inverno e o verão, em três locais: Ilha do Mel, Arquipélago de Currais e Ilha do Farol. A amostragem foi realizada ao longo de transectos paralelos à linha de costa e, na Ilha dos Currais, em diferentes profundidades. A ficoflora marinha paranaense é composta por 139 táxons (90 Rhodophyta, 27 Chlorophyta e 22 Phaeophyceae). Cinquenta e duas espécies são novas citações para o Estado do Paraná, e 14 táxons foram registrados em todos os locais estudados durante o verão e o inverno. Diferenças sazonais e espaciais na composição específica podem ser explicadas pela disponibilidade de substratos rochosos, transparência da água e proximidade com a área urbana. A maior diversidade de rodófitas e clorófitas foi observada na Ilha do Mel e a de feofíceas no Arquipélago de Currais. A menor diversidade de algas foi observada na Ilha do Farol, ponto amostral mais próximo a uma área urbana. Ceramiaceae, Rhodomelaceae e Corallinaceae foram dominantes entre Rhodophyta, Cladophoraceae e Ulvaceae entre Chlorophyta, e Dictyotaceae e Sargassaceae entre Phaeophyceae. A diversidade de algas marinhas bentônicas na costa do Paraná é menor quando comparada a outros estados brasileiros e isto está associado à menor extensão de sua linha de costa, menor disponibilidade de substratos consolidados para recrutamento e localização entre dois sistemas estuarinos (baías de Paranaguá e de Guaratuba). Os estuários aumentam consideravelmente o aporte de água continental, diminuindo a salinidade, elevando as concentrações de material particulado em suspensão e reduzindo a transparência da água. O conhecimento da diversidade algácea é fundamental para estudos de conservação, sendo que câmbios sazonais em médio e longo prazo podem estar relacionados a alterações ambientais. O indicador destas mudanças pode ser a detecção de novas ocorrências, espécies novas ou ainda introdução de espécies exóticas na área em questão, ou mesmo pela dominância de táxons oportunistas. Portanto, uma base de dados que sustente um monitoramento da biodiversidade é relevante por detectar impactos que podem alterar padrões biogeográficos das comunidades de macroalgas, principalmente em regiões com influência de atividades antrópicas, como as zonas urbanas ou áreas portuárias.

ASSUNTO(S)

macroalgas marinhas inventário litoral do paraná atlântico sul

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