Aleitamento materno ou enquanto casal? Um estudo sobre as experiências com a reconfiguração dos corpos, papéis e vida cotidiana entre mães e pais mexicanos

AUTOR(ES)
FONTE

Cad. Saúde Pública

DATA DE PUBLICAÇÃO

28/09/2017

RESUMO

Resumo: O abandono precoce do aleitamento materno representa um problema de saúde pública, tanto nas sociedades desenvolvidas quanto naquelas em desenvolvimento. As construções sociais de gênero e as desigualdades sociais entre homens e mulheres contribuem para a complexidade do fenômeno. O artigo traz uma reflexão sobre as experiências de pais e mães frente à reconfiguração de corpos, papéis e vida cotidiana na relação com o aleitamento. O estudo é qualitativo, desde um enfoque com interpretação fenomenológica e perspectiva de gênero, realizado com casais cujos filhos tinham menos de seis meses de idade, que estavam praticando ou haviam praticado aleitamento materno e que aceitavam participar voluntariamente. Foi realizada uma análise fenomenológica sobre “unidades de significado” nas quatro dimensões exploradas pela fenomenologia: corporalidade, tempo, espaço e relações. Identificou-se nas mulheres a existência de conflito e culpa associados à prática do aleitamento, onde suas necessidades de sono e de descanso lhes fazem vivenciar o aleitamento enquanto uma função que sobrecarrega excessivamente a vida cotidiana. Os companheiros demonstram limitações, derivadas dos construtos sociais da masculinidade, no sentido de se envolver com a criança e respaldá-las para assegurar a continuidade do aleitamento. É urgente que os profissionais da saúde problematizem os processos de maternidade e paternidade em relação ao lactente a ao aleitamento, desde uma perspectiva inclusiva de gênero que reconheça a importância do binômio mãe-filho e enfatize especialmente a tríade mãe-filho-pai.

ASSUNTO(S)

imagem corporal relações interpessoais aleitamento materno

Documentos Relacionados