Aleitamento materno : estudo sobre o impacto das praticas assistenciais

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

1996

RESUMO

Como parte de estudo multicêntrico do custo efetividade de ações intrahospitalares de promoção, proteção e incentivo à amamentação analisou-se, prospectivamente, o impacto das ações de saúde na duração do Aleitamento Materno Total de coorte de crianças nascidas em dois hospitais de Santos, São Paulo. Um deles (HGA) selecionado por desenvolver ações programadas de promoção da amamentação e outro, de comparação (HC), por não possuir qualquer diretriz neste sentido. Foram analisados 521 prontuários, realizadas 442 entrevistas às mães na alta hospitalar. Destas 360 foram entrevistadas após 30 dias da alta e 341, ao redor de 90 dias. Mulheres assistidas no HGA referiram ter recebido mais orientações sobre amamentação e mais capacitação para o desenvolvimento de suas técnicas; foram colocadas em contato mais precoce com seus bebês e estiveram menos separadas deles, durante a internação. Entré elas, foi menor (metade) a proporção de partos cirúrgicos e o uso de medicamentos. Ocorrência de problemas de mamas foi semelhante entre os dois grupos de mães, mas teve impacto negativo maior entre as mulheres atendidas no HC. A assistência pós-natal foi mais precoce para os lactentes nascidos no HGA. As diferenças nos cuidados assistenciais oferecidos repercutiram de forma distinta no padrão de amamentação. A proporção de desmame ao final do seguimento foi de 21,6% e 33,9% (p=0,01) entre as crianças do HGA e HC respectivamente. Na análise multivariada (sobrevivência de Cox) estiveram significativamente associado ao desmame: interrupção da amamentação exclusiva, até os 10 dias de vida (RR de 2,91, entre crianças do HGA e de 2,03 entre aquelas do HC). Entre crianças do HC, estes riscos foram significativos para: intercorrências mamarias ( RR: 1,89), dificuldades de "pega" (RR: 1,71) e diarréia entre a 18 ou a 28 visita (RR:1,94). Entre os bebes do HGA, o risco de desmame esteve significativamente associado a: partos cirúrgicos (RR: 1,71); dificuldades maternas para ordenhar o leite, durante a internação (RR:1,84), ausência de orientação sobre amamentação no primeiro mês de vida (RR: 4,0) e diarréia, nos 15 dias que antecederam a 18 visita (RR: 3,5). Este estudo enfatiza a necessidade de revisão das abordagens tradicionais de promoção da amamentação e mostra aquelas práticas assistenciais mais efetivas para este fim

ASSUNTO(S)

analise de corte amamentação lactantes - nutrição lactação - aspectos sociais assistencia a maternidade e a infancia

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