AIDS tem cor ou raça? Interpretação de dados e formulação de políticas de saúde no Brasil
AUTOR(ES)
Fry, Peter H., Monteiro, Simone, Maio, Marcos Chor, Bastos, Francisco I., Santos, Ricardo Ventura
FONTE
Cadernos de Saúde Pública
DATA DE PUBLICAÇÃO
2007-03
RESUMO
Nos últimos anos observa-se uma ênfase numa suposta associação entre a epidemia de AIDS e a "população negra" no Brasil. Após proceder uma análise do banco de dados sobre a ocorrência de HIV/AIDS no Brasil, o presente estudo examina o contexto sóciopolítico envolvido na definição de políticas públicas de recorte racial no campo da saúde. Argumentamos que questões ligadas à qualidade dos dados, à estruturação do sistema de informação e ao uso e interpretação das informações são elementos essenciais na compreensão do processo em curso. Especificamente, procuramos mostrar que os dados epidemiológicos disponíveis não são suficientes para sustentar a interpretação de que existe uma associação específica entre "população negra" e AIDS no país. Salientamos que a ênfase nessa suposta associação faz parte de uma dinâmica relacionada à construção do campo da "saúde da população negra" em anos recentes, que se vincula a processos mais amplos de inter-relação entre ativismo político e relação com o Estado, que transcendem a área da saúde.
ASSUNTO(S)
síndrome de imunodeficiência adquirida políticas públicas racismo
Documentos Relacionados
- RACIALIZANDO LÍNGUA OU LINGUIFICANDO RAÇA?
- Saúde: cor/raça, saúde e política no Brasil (1995-2006)
- Cota racial e estado: abolição do racismo ou direitos de raça?
- Mortalidade infantil segundo cor ou raça com base no Censo Demográfico de 2010 e nos sistemas nacionais de informação em saúde no Brasil
- Masculinidade, raça/cor e saúde