Agregação de ovos como estrategia reprodutiva de Hypothyris euclea barii (Lepedoptera, Nymphalidae: Ithomunae) na regiãode Manaus, Amazonas

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DATA DE PUBLICAÇÃO

1991

RESUMO

Foram estudados aspectos da interação entre a borboleta ithomiineo Hvoothvris auclea barii e sua planta hospedeira Solanum asperum (Solanaceae), em áreas situadas ao norte de Hanaus, Amazonas, Brasil. H. euclea barii coloca ovos agrupados na superfície das folhas de S. asoerum, e usam preferencialmente folhas jovens da planta. A população de juvenis de S. euclea barii variou sazonalmente em abundância. As maiores densidades populacionais de imaturos ocorreram no final da estação chuvosa e início da estação seca de 1989. Após, houve uma acentuada redução na oviposição e conseqüentemente no tamanho da população de juvenis. Predação por artrópodes foi freqüentemente observada e é talvez o fator biótico de maior importância na dinâmica populacional de juvenis de fi. euclea barii. Os predadores de ovos e larvas de fi. euclea barii mais comumente observados foram formigas (Ectatomma, Pseudomyrmex e Pheidole) e vespas (Vespidae). Grupos de ovos e larvas quando encontrados pelos predadores, em geral, são massivamente atacados. Formigas e homópteros associados a ~. asoerum foram mais abundantes durante a estação chuvosa, coincidindo em 1989, com o período de maiores densidades de imaturos de ti. euclea barii nas plantas. Em seu habitat original (clareiras naturais no interior da floresta primária), a população de ~. asperum é pequena e muito dispersa. Entretanto, em grandes áreas abertas na floresta pela ação humana, apresenta-se abundante e agregada. Testou-se experimentalmente a hipótese que considera o grau de agrupamento de ovos e larvas como uma estratégia reprodutiva selecionada em K. euclea barii, em função do padrão de distribuição de sua planta hospedeira e da pressão exercida por seus inimigos naturais. Os resultados experimentais corroboraram a hipótese testada. As taxas de sobrevivência de larvas agrupadas foram maiores em plantas isoladas nas clareiras que em plantas agregadas em borda de mata. Larvas isoladas sobreviveram melhor que larvas agrupadas em plantas isoladas nas clareiras. E sugerido que o efeito de duplo isolamento (da planta e larva) dificulta a localização das larvas pelos predadores e por isso larvas isoladas sobreviveram melhor nas clareiras. Conclui-se que a alta pressão exercida por predadores de ovos e larvas de ti. euclea barii, em plantas agregadas em borda de mata, pode tornar a estratégia de isolamento de ovos mais vantajosa ao ithomiineo nesta situação

ASSUNTO(S)

inseto - população ecologia

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