Agentes infecciosos em ateromas coronarianos: um possível papel na patogênese da ruptura da placa e infarto agudo do miocárdio
AUTOR(ES)
HIGUCHI, Maria de Lourdes, RAMIRES, Jose A. F.
FONTE
Revista do Instituto de Medicina Tropical de São Paulo
DATA DE PUBLICAÇÃO
2002-07
RESUMO
Nesta revisão relatamos recentes achados nossos sobre aspectos histológicos de instabilidade da placa e a associação com Mycoplasma pneumoniae (MP) e Chlamydia pneumoniae (CP), estudando segmentos de artéria coronária trombosados de pacientes que faleceram por infarto agudo do miocárdio. Placas vulneráveis são conhecidas como sendo placas gordurosas e com inflamação. Aqui demonstramos que a vulnerabilidade está também relacionada com remodelamento positivo do vaso o qual pode preservar a luz do vaso mesmo na presença de uma placa de ateroma grande. Grande quantidade dessas bactérias em placas vulneráveis está associada a inflamação da adventícia e remodelamento positivo do vaso: o número médio de linfócitos foi significativamente maior na adventícia do que na placa, e boas correlações diretas foram obtidas entre os números médios de células B CD20 e os números de células infectadas por CP na adventícia, e entre as % de áreas positivas para MP na placa e as áreas em secção transversal dos respectivos vasos, sugerindo uma relação de causa - efeito entre esses agentes infecciosos e vulnerabilidade da placa. Micoplasma é uma bactéria que necessita colesterol para a proliferação e pode aumentar a virulência de outros agentes infecciosos. Em conclusão, co-infecção por Mycoplasma pneumoniae e Chlamydia pneumoniae pode representar um importante co-fator de instabilidade da placa, levando a trombose da placa coronariana e infarto agudo do miocárdio, pois a maior quantidade dessas bactérias mostrou forte correlação com sinais histológicos de maior vulnerabilidade da placa. A pesquisa nesses tecidos de CMV e Helicobacter pilori foi negativa.
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