Afetividade e promoção da saúde na escola : a construção de significados pelo professor
AUTOR(ES)
MAXMIRIA HOLANDA BATISTA
FONTE
IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia
DATA DE PUBLICAÇÃO
28/12/2010
RESUMO
A criação de ambientes favoráveis à saúde deve ocorrer com intervenções que fomentem análises críticas e reflexivas sobre valores, condutas e condições sociais, buscando fortalecer o que contribui para a melhoria dos ambientes, da saúde e do desenvolvimento humano. A proposta de promoção da saúde está diretamente ligada à superação das estruturas ideológicas, e através da educação propõe contribuir para a politização dos debates e das práticas em saúde. Com isso, a ideia da potencialidade das escolas em promover a saúde das crianças e dos jovens foi sendo fortalecida, contudo não depende apenas da inclusão da saúde no currículo ou da realização de palestras, mas, principalmente, do desenvolvimento da capacidade individual e coletiva para lidar com a multiplicidade dos condicionantes da saúde. Nesse contexto, o professor é fundamental para a sustentabilidade das ações promotoras de saúde na escola, na medida em que representa uma interseção entre alunos, funcionários e pais. Entretanto, o docente possui demandas próprias de saúde emocional e física que se atendidas favorecerão o potencial destes para criar e executar ações em prol da consolidação do conceito de promoção de saúde na escola. Diante disso, os objetivos deste estudo foram definidos visando à compreensão da afetividade dos professores em relação ao ambiente educacional e a sua influência no envolvimento destes nas ações promotoras de saúde. A metodologia utilizada, fruto de uma integração de saberes da psicologia ambiental, empregou a afetividade como categoria de análise da relação sujeito e ambiente, além da categorização das narrativas dos participantes. Os resultados demonstraram que a escola pesquisada, embora possua a saúde como tema transversal nas suas bases curriculares e receba diversas atividades realizadas por estagiários dos cursos da área da saúde e humanas, desconhece o conceito de promoção da saúde e a proposta de aplicação deste no contexto escolar. Além do mais, diversos aspectos envolvendo o bem-estar do professor no ambiente escolar dificultam seu envolvimento em ações nesse ambiente, dentre eles o sentimento de exclusão diante das atividades realizadas pelos estagiários e a disputa de poder advinda desta relação, além do sentimento de desvalorização social, de cobrança e o desgaste físico e emocional. Em contrapartida, o sentimento de amizade, companheirismo e de união entre os docentes, o vínculo com os alunos e a percepção do aprendizado destes, além do amor à profissão e o senso de responsabilidade com o trabalho, foram percebidos como elementos fundamentais para a manutenção do envolvimento do professor com as propostas da promoção na escola pesquisada. Concluímos com o estudo que o professor precisa ser reconhecido, muito mais que um instrumento para o alcance da promoção da saúde do aluno, mas como um sujeito catalisador deste processo e que também necessita ser envolvido e favorecido por ações voltadas à sua saúde. Verificamos ser urgentes a amplitude de investigação e as avaliações aprofundadas sobre as ações de promoção da saúde na escola, favorecendo uma maior compreensão desses conceitos nos contextos educacionais, e apontamos a necessidade da afetividade ser melhor explorada nas pesquisas e intervenções voltadas à promoção da saúde, uma vez que através dos afetos é possível fomentar mudanças de atitudes das pessoas diante de si, diante do mundo a sua volta, seu corpo e sua saúde.
ASSUNTO(S)
promoÇÃo da saÚde - dissertaÇÕes saÚde escolar - dissertaÇÕes afeto (psicologia) - dissertaÇÕes saude coletiva
ACESSO AO ARTIGO
http://www.unifor.br/tede//tde_busca/arquivo.php?codArquivo=863601Documentos Relacionados
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