Advances in in vitro propagation and conservation of mangaba tree (Hancornia speciosa Gomes) native of the Northeast of Brazil. / Avanços na propagação e conservação in vitro da mangabeira (Hancornia speciosa Gomes) nativa da região Nordeste.

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2009

RESUMO

A mangabeira (Hancornia speciosa Gomes) é uma planta frutífera nativa do Brasil encontrada vegetando espontaneamente em várias regiões do país, desde a região Centro-Oeste até as regiões Norte e Nordeste, onde apresenta grande importância devido à utilização de seu fruto, a mangaba, para a produção de polpas que servem para a comercialização de sucos e sorvetes. Em virtude da erosão genética que tem sido observada em seus bancos naturais de germoplasma, a mangabeira configura entre as espécies da região Nordeste que correm risco de extinção. Dessa forma o estudo de técnicas alternativas de conservação de germoplasma torna-se prioritário para auxiliar programas de recursos genéticos da espécie. Outro aspecto a ser considerado é que métodos de propagação assexuada para a variedade botânica de mangabeira do Nordeste não estão ainda definidos e necessitam ser aprimorados para melhoria do sistema de produção e auxiliar programas de melhoramento genético. O presente trabalho teve como objetivo aplicar técnicas de cultura de tecidos de plantas para a propagação assexuada e conservação de mangabeira de populações nativas de áreas litorâneas do Nordeste do Brasil. No primeiro capítulo é apresentada uma introdução geral, o referencial teórico sobre biodiversidade, desenvolvimento sustentável e biotecnologia, recursos genéticos da mangabeira na região Nordeste, descrição botânica e ocorrência, importância econômica, dados de produção e situação de cultivo, cultura de tecidos de plantas, propagação in vitro, propagação in vitro de Hancornia speciosa Gomes e conservação in vitro. O segundo capítulo trata dos avanços na propagação in vitro da mangabeira nativa da região Nordeste, com seleção da melhor vedação dos frascos (tampa plástica rosqueada, filme PVC, Para-film ou papel alumínio) tempo de cultivo in vitro, explante (posição do segmento nodal na microestaca), meio de cultura e regulador de crescimento para indução da rizogênese in vitro. Para a multiplicação in vitro as culturas foram mantidas em meio MS com 3% de sacarose e 0,6% de ágar, suplementado com 1 mg.L-1 de AIA e 1 mg.L-1 de BAP e para o enraizamento in vitro em meio Knops modificado com 3% de sacarose e 0,6% de ágar. Os experimentos foram conduzidos em delineamento inteiramente casualizado e as culturas foram mantidas em sala de crescimento com temperatura variando de 26 C + 2 C, umidade relativa do ar média em torno de 70% e fotoperíodo de 12 horas de luz branca fria (52 μmol.m-2.s-1 de irradiância). Os melhores tipos de vedação de frasco foram o filme PVC e Para-film para a fase de estabelecimento, Para-film para o primeiro subcultivo e filme PVC e Para-film para o segundo subcultivo. Os melhores explantes para o primeiro subcultivo foram os segmentos nodais mediano e basal. Não houve efeito significativo do tipo de explante no segundo subcultivo. O tempo ideal para a fase de estabelecimento e para o primeiro e segundo subcultivos foi de 50 dias. Para o enraizamento foi avaliado o efeito da imersão de microestacas de mangabeira em quatro concentrações de solução de AIB (0, 200, 400 e 600 mg.L-1). Aos 60 e 90 dias de cultivo in vitro, observou-se maior valor numérico para o número de raízes na presença de 400 e 600 mg.L-1 de AIB. Não foi observada diferença significativa para o comprimento de raízes em função das concentrações de AIB. O terceiro capítulo trata da conservação in vitro de mangabeira nativa da região Nordeste. Foi avaliado o efeito do manitol de forma isolada e do ácido abscísico em interação com diferentes tipos de explante e de vedação de frascos na conservação in vitro de microestacas de mangabeira. As culturas foram mantidas em meio MS com 3% de sacarose e 0,6% de ágar. Os experimentos foram conduzidos em delineamento inteiramente casualizado. As culturas foram mantidas em sala de crescimento sob as mesmas condições dos experimentos anteriores. Foram testadas quatro concentrações de manitol (0, 10, 15 e 20 g.L-1). Na presença de manitol o comprimento da parte aérea apresentou valores numéricos inferiores à testemunha, mas aos 90 dias de cultivo in vitro foi observado efeito tóxico do manitol nas microestacas. Em relação ao ácido abscísico, foram testadas cinco concentrações (0; 0,5; 1,0; 2,0 e 4,0 mg.L-1) em interação com dois tipos de vedação de frascos (tampa plástica rosqueada e papel alumínio) e dois tipos de explantes (microestacas apicais e basais). O ácido abscísico (0,5 mg.L-1) apresentou melhores resultados para a conservação in vitro de mangabeira por um período de 90 dias quando microestacas de plântulas regeneradas in vitro foram cultivadas em frascos vedados com papel alumínio e não foi observado efeito significativo do tipo de explante.

ASSUNTO(S)

genetic resources cultura de tecidos frutífera tissue culture agronomia fruitful recursos genéticos biotechnology biotecnologia

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