ADOLESCENTES GRÁVIDAS: PERCEPÇÕES E EDUCAÇÃO EM SAÚDE. / PREGNANT TEENS: PERCEPTIONS, AND HEALTH EDUCATION.

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2010

RESUMO

A adolescência é período de transição entre a infância e a idade adulta, ocorrendo entre 10 e 19 anos de idade. O desenvolvimento da sexualidade faz parte do universo do adolescente e é essencial que ocorra de forma saudável, pois uma das consequências que pode advir desse desenvolvimento é a gestação precoce. A gestação na adolescência é uma realidade em nossa sociedade, causada por fatores como a falta de ações de educação em saúde, ausência de uma política de atenção específica para essa faixa etária, bem como por componentes sociais e culturais. Os resultados de uma gravidez nessa idade, desejada ou não, relacionam-se aos componentes físico, emocional, educacional e sociocultural das meninas. No entanto, identificam-se nos serviços de saúde várias adolescentes que referem o desejo de engravidar. Diante disso, os objetivos deste estudo foram compreender o significado desta gravidez para as adolescentes; conhecer a experiência das gestantes adolescentes em relação à educação em saúde; compreender como a prática educativa desenvolvida em um grupo de educação em saúde com as gestantes adolescentes pode contribuir na construção da emancipação das mesmas. Foi utilizada uma abordagem qualitativa por meio da Pesquisa Convergente-Assistencial, como método e como estratégia para a prática de educação em saúde. O estudo foi desenvolvido na UBS Vila Ipê, no Município de Caxias do Sul/RS. As participantes do estudo foram 13 gestantes com menos de 20 anos de idade que realizavam consulta de pré-natal na UBS. O período de coleta de dados e realização dos grupos educativos foi de junho a outubro de 2009. Identificaram-se sentimentos como felicidade, emoção, responsabilidade, medo, ansiedade, amadurecimento, insegurança, entre outros. A maioria abandonou os estudos em virtude da gestação, sendo que voltar a estudar não apareceu como prioridade. As reações familiares frente à gestação foram de surpresa, alegria e desagrado, dependendo de fatores como conhecimento ou desconhecimento da família em relação à vida sexual das adolescentes e existência de união estável. O principal apoio após o nascimento do bebê é de suas mães. Em relação às experiências anteriores de educação em saúde, a maioria das adolescentes tinha lembranças de palestras ou orientações recebidas na escola, cujos temas se relacionavam à sexualidade, doenças sexualmente transmissíveis ou gravidez na adolescência. Na abordagem sobre a utilização de contraceptivos, a maioria demonstrou conhecimento dos métodos contraceptivos, no entanto, houve insuficiência de informações, não entendimento de seu uso ou mesmo o desejo consciente ou inconsciente de engravidar. Foi evidenciada também a importância dos grupos educativos como ferramenta de educação em saúde, principalmente no estímulo ou potencialização da autonomia para a tomada de decisões, em especial com a utilização de uma metodologia ativa. Acredita-se na relevância deste trabalho por permitir uma reflexão acerca das peculiaridades da adolescência, bem como da necessidade de se desenvolverem ações de educação em saúde baseadas não só nessas peculiaridades, mas também nas experiências e desejos dos adolescentes. Espera-se que o mesmo contribua na assistência da enfermagem, como instrumento para reflexão e reorganização da práxis, buscando uma aproximação cada vez maior com o universo da adolescência.

ASSUNTO(S)

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