Adolescentes em conflito com a lei e as medidas sócioeducativas: uma experiência no município de Itajaí - SC

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2007

RESUMO

A delinqüência juvenil tem ocupado amplo espaço na mídia e nas discussões acadêmicas. Este trabalho procura levantar e analisar os fatores determinantes que levaram nove adolescentes da região de Itajaí a cometerem atos infracionais, bem como, avaliar se as medidas sócioeducativas são capazes de reintegrar à sociedade os nove adolescentes, e se não, quais os elementos que impediram que a reintegração ocorresse. Compreender a concepção dos adolescentes em conflito com a lei, em relação ao trabalho desenvolvido pelas medidas sócioeducativas e mapear o perfil dos adolescentes em conflito com a lei também foram desafios da presente pesquisa. Por último, pensou-se na importância de dar a voz aos profissionais que trabalham com as medidas sócio-educativas assim como às autoridades que são responsáveis diretas em relação às medidas sócio-educativas. A pesquisa qualitativa aconteceu entre março de 2004 a setembro de 2006, em duas entidades do município de Itajaí, a saber: Centro de Internação Provisório CIP e Parque Dom Bosco. Durante esse período, nestas entidades, a pesquisadora acompanhou a trajetória de nove adolescentes em conflito com a lei, cujo objetivo do acompanhamento, era observar o índice de reincidência e o porquê desta, sendo que, dos nove adolescentes pesquisados, quatro reincidiram. Concluiu-se que não existe um determinante para que o adolescente entre em conflito com a lei; existem vários determinantes que, sozinhos ou combinados levam os jovens a infracionarem, tais como: famílias desestruturadas, uso de álcool e drogas, necessidade de sair da invisibilidade e de se proteger, baixa escolaridade resultando em baixos salários por total falta de qualificação profissional. Emerge como ponto forte da pesquisa, os depoimentos sobre a vontade de ganhar dinheiro fácil para poder comprar/desfrutar tudo que o mundo capitalista oferece. Durante o convívio com os adolescentes infratores, tanto no CIP, como no Parque Dom Bosco, a pesquisadora propôs aulas do Programa de Educação em Valores Humanos, conhecido como PEVH. Com o intuito de elaborar um programa específico para adolescentes Infratores, buscou em Antunes (1998, 1999), Brandão e Crema (1991), Heath (2001), Jares (2002), Sequeiros (2000) e Yus (2002) suporte epistemológico e pedagógico para elaborar o que foi denominado: Vivências em Educação para a Paz. As Vivências em Educação para a Paz são constituídas de cinco roteiros, que somados completam quarenta horas. Cada roteiro trabalha um tema específico: Ação Correta, Não Violência, Amor, Paz e Verdade

ASSUNTO(S)

recurrent crime reincidência medidas sócio-educativas vivências de educação para a paz adolescentes infratores comportamento do adolescente educacao socio-educational measures experience in education for peace juvenile delinquents

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