Adoção e queixas na psicoterapia psicanalítica de crianças

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2011

RESUMO

A presente dissertação de Mestrado é composta por dois estudos, seguindo as normas do programa de Pós-Graduação em Psicologia da PUCRS. O primeiro estudo é uma revisão da literatura intitulada Adoção e Queixas na Psicoterapia Psicanalítica de Crianças: revisão da literatura, que teve como objetivos: 1) examinar estudos que abordam a relação da adoção com queixas apresentadas pelas crianças adotadas, 2) analisar fatores que podem resultar em prejuízo no processo de adoção e, consequentemente, nas queixas apresentadas pelas crianças adotadas, 3) refletir sobre aspectos que possam contribuir na prevenção de problemas nos casos de adoção. Para este estudo, foram realizadas buscas nas bases de dados Bvs, Webofscience, Lilacs e SciELO, a partir dos descritores adoção, psicoterapia, criança(s), para verificar estudos sobre este tema e obteve-se quarenta ocorrências. Destas, apenas sete estão relacionadas diretamente com o foco do estudo em questão, ou seja, as crianças adotadas, sendo necessário, então, ampliar a busca para o tema da adoção, de forma geral, buscando, além de artigos, livros e capítulos de livros, mesmo que em busca manual em bibliotecas universitárias (PUCRS e UFRGS). Constatou-se que a maioria dos estudos relacionados ao tema adoção aborda as questões sociais. As pesquisas destinadas a discutir a relação da adoção com as queixas apresentadas pelas crianças adotadas, em relação àquelas não adotadas, na busca de atendimento psicoterápico, mostram-se, no entanto, contraditórias e de difícil generalização, uma vez que existem inúmeras variáveis neste processo. O segundo estudo - Existe diferença nas queixas apresentadas pelas crianças adotadas e nas não adotadas no momento da busca de atendimento psicoterápico? - teve como objetivo identificar as queixas que trazem crianças adotadas a tratamento psicoterápico verificando se estas queixas diferem das queixas das crianças não adotadas. Para tal, classificaram-se as queixas das crianças adotadas que buscaram atendimento psicológico, em duas clínicas-escola em Porto Alegre, e foram analisadas as variáveis sociodemográficas (idade, sexo, configuração familiar, escolaridade, idade da adoção) e variáveis clínicas (fonte de encaminhamento e queixas). Buscou-se examinar a relação entre queixas e o fato de ser ou não adotado e, ainda, a relação entre queixas e idade da adoção. Os resultados mostram que, não existem diferenças significativas, do ponto de vista estatístico, entre as queixas referidas pelas crianças adotadas e pelas crianças não adotadas (χ2 = 11,890; df = 8; p = 0,156), assim como em relação às queixas e à idade da adoção (x = 13, 563; df= 24; p = 0,956). Tais resultados são discutidos à luz da literatura sobre adoção com enfoque psicanalítico. Conhecer as queixas apresentadas pelas crianças adotadas oportuniza a melhoria dos atendimentos em clínicas-escola e a implantação de projetos de prevenção.

ASSUNTO(S)

psicologia adoÇÃo - aspectos psicolÓgicos psicoterapia infantil psicoterapia psicologia

Documentos Relacionados