Adesão medicamentosa em aids : interferencia de variaveis sociodemograficas, psicossociais e psicopatologicas

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2002

RESUMO

Introdução- Adesão medicamentosa a antirretrovirais é comprovadamente um dos aspectos mais importantes no tratamento para Aids e define o sucesso ou não das intervenções médicas frente a esta doença. Ainda que haja um grande investimento no setor público para proporcionar fornecimento universal de drogas antirretrovirais, existem poucos estudos sobre adesão no país. Objetivos do estudo- l)Verificar a porcentagem de pacientes que fazem uso adequado (que permitem supressão viral) de medicações no tratamento de Aids. 2)Avaliação de variáveis sociodemográficas, psicossociais e psicopatológicas que interferem na adesão medicamentosa de pacientes em tratamento com antirretrovirais. Método- Foram entrevistados 78 pacientes de ambulatório com sorologia positiva para mv em uso de antirretrovirais no ambulatório geral de Moléstias Infecciosas, no Hospital das Clinicas na UNICAMP. As entrevistas utilizaram um protocolo no qual constavam contidos: 1) dados sóciodemográficos, 2) perguntas sobre sigilo relacionado à doença e ao tratamento, 3) questões sobre motivação para o tratar-se, confiança no médico e no tratamento 4) HADS e o teste de Kent 5) dados complementares sobre o tratamento presentes no prontuário do-paciente. A-avaliaçãode adesão-foi feita a partir da razão entre o número de comprimidos tomados pelo paciente na última semana e o número de comprimidos prescritos no mesmo período. Foi criado um banco de dados informatizado e a análise estatística foi realizada pelo SPSS for Windows. Resultados- Pacientes do sexo feminino apresentam pior adesão medicamentosa, da mesma forma que pacientes pentecostais. Pacientes do sexo feminino apresentam mais sintomas depressivos que os masculinos. Pacientes que queixam-se de apresentarem mais efeitos colaterais apresentam pior adesão medicamentosa. Pacientes com pior adesão medicamentosa apresentam menor motivação no tratamento e menor crença no que é dito pelo médico durante a consulta. A análise multivariada verificou como variável mais relevante para baixa adesão o gênero feminino, seguida pela presença de efeitos colaterais, pouca crença na medicação e falta às consultas. Discussão- Os dados são sugestivos da importância da confiança em orientações médicas e de uma visão pragmática dos objetivos do tratamento. Motivação para tratar-se foi influenciado tanto pela menor presença de sintomas depressivos quanto por aspectos relacionados à relação médico-paciente

ASSUNTO(S)

medico e paciente aids (doença) adesão

Documentos Relacionados