Adesão dos enfermeiros às precauções padrão à luz do modelo de crenças em saúde

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2005

RESUMO

Estudo qualitativo desenvolvido em um hospital público geral de grande porte de Goiânia-Go Teve como objetivo analisar a adesão dos enfermeiros às precauções padrão (PP) à luz do modelo de crenças em saúde (MCS) de Rosenstock (1974) Os dados foram coletados por meio de entrevista com roteiro semi-estruturado e conforme preconizado pela técnica de incidentes críticos (TIC) O instrumento foi validado por juizes seguido do pré-teste Foram observados os aspectos ético-legais da pesquisa Fizeram parte do estudo 82 enfermeiros dos 90 eleitos que estavam em atividade assistencial direta ao paciente ou atuavam nos setores: de higienização hospitalar reprocessamento de roupas e materiais odonto-médico-hospitalares Procedemos a análise de conteúdo dos dados conforme a TIC As dimensões do MCS foram utilizadas como categorias prévias de análise Obtivemos 139 incidentes críticos sendo que 66 foram positivos e 73 negativos de acordo com a polaridade referida Destes 131 situações remetiam às dimensões do modelo de crenças em saúde: 74 (56,5%) eram relacionadas à suscetibilidade percebida; 17 (13,0%) aos benefícios percebidos e 40 (30,5%) às barreiras percebidas Os incidentes críticos relatados predominantemente relacionavam-se às situações de exposição ocupacional a material biológico O uso de barreiras protetoras foi a PP que obteve maior freqüência de indicação A negação da suscetibilidade foi observada pelo não uso das barreiras protetoras no manuseio inadequado de perfurocortante e não adesão às PP relacionadas ao paciente portador de patógeno multi-resistente A moderada suscetibilidade percebida associou-se à adesão parcial às PP no atendimento a pacientes com maior complexidade nos cuidados assistenciais Estes comportamentos adotados sinalizam limitada percepção da necessidade de intervenção nos cuidados pós-exposição ocupacional priorizando o atendimento às necessidades dos pacientes A alta suscetibilidade percebida foi observada nas situações de atendimento ao paciente sob suspeita ou com diagnóstico de infecção por patógenos de importância epidemiológica e àquelas relacionadas à responsabilidade do enfermeiro nesta particularidade da assistência A severidade percebida foi evidenciada somente nos comportamentos e conseqüências dos incidentes críticos relatados nos momentos de pós-exposição ocupacional expressa em sentimentos alterações psicossomáticas e experiência de infecção Os benefícios percebidos emergiram sobretudo dos incidentes críticos positivos com enfoque no uso das barreiras protetoras que foram compreendidas como estratégia de proteção ratificando a segurança na execução dos procedimentos As barreiras percebidas foram: falta de preparo do profissional falta de material de consumo e permanente número insuficiente de profissionais estrutura física inadequada atendimento a pacientes em situações de urgência/emergência fatores psicossociais e falta de fluxo para o atendimento ao profissional em situação de pós-exposição a material biológico; que poderiam ser minimizadas com a organização do Serviço de Assistência à Saúde pois se constituíram em impedimentos para a adesão às precauções padrão embora os enfermeiros apresentassem adequada percepção da suscetibilidade e benefícios Verificamos que as dimensões do modelo de crenças em saúde elucidaram a adesão dos enfermeiros às PP sugerindo que empreendimentos devam ser feitos para melhor instrumentalizá-los para a tomada e modalidade de ação no cotidiano da assistência que priorize a segurança dos sujeitos envolvidos nesse processo

ASSUNTO(S)

modelo de crenças em saúde enfermagem health belief model nursing infecção hospitalar infecção hospitalar cuidados em enfermagem cuidados em enfermagem modelo reconhecimento de padrões nosocomial infection standard precautions enfermagem

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