Adaptações bioquimicas em fibras musculares esqueleticas de equinos treinados para enduro : correlação entre tipagem muscular e expressão da isoforma neuronal da oxido nitrico sintase

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2004

RESUMO

Em várias espécies de mamíferos o músculo esquelético expressa "splicings" variantes do mRNA da isoforma neuronal da enzima Óxido Nítrico Sintase (nNOS). O músculo esquelético é composto por uma população de fibras musculares metabolicamente heterogêneas. A distribuição destas fibras no músculo esquelético de eqüinos está correlacionada com aptidão atlética destes animais. Investigamos a expressão da nNOS em músculo esquelético eqüino, e analisamos se esta expressão está relacionada à tipologia muscular e ao estado atlético de cavalos treinados para competições de enduro. Biópsias musculares foram removidas, a uma profundidade de 5 cm, do músculo glúteo médio esquerdo de nove cavalos árabes sedentários e nove treinados para enduro. O homogenato das amostras foi analisado quanto ao conteúdo de cadeias pesadas de miosia (MyHC), segundo sua mobilidade em gel de eletroforese (SDS-PAGE), e quanto à atividade enzimática de síntese de óxido nítrico. Ainda, através de cortes transversais seriados, as amostras foram submetidas a ensaios histoquímicos para as atividades enzimáticas de adenosina trifosfatase da miosina (mATPase) e da nicotinamida adenina dinucleotídeo tetrazólio redutase (NADH-TR). As amostras foram submetidas também a ensaios imunohistoquímicos para a nNOS. Os dados referentes ao conteúdo relativo dos diferentes tipos de fibras musculares e à expressão da nNOS, foram obtidos através de análise em microscopia óptica, enquanto que, os dados referentes ao conteúdo de MyHCs e ao tamanho das fibras musculares foram obtidos através de densitometria e morfometria, respectivamente. Três isoformas de MyHC foram identificadas no músculo glúteo médio esquerdo eqüino, a saber, MyHC I, MyHC IIa e MyHC IIx. Os cavalos pertencentes ao grupo treinado (GT), quando comparados aos do grupo sedentário (GS), apresentaram maior capacidade oxidativa e maior porcentagem das fibras lentas oxidativas (tipo I) e das fibras rápidas oxidativas e glicolíticas (tipo IIA) e menor porcentagem de fibras rápidas glicolíticas (tipo IIX). Os cavalos treinados apresentaram maiores níveis de expressão e atividade da nNOS, quando comparado com os cavalos sedentários. A localização da nNOS em cavalos sedentários se apresentou restrita a áreas subsarcolemais enquanto que em cavalos treinados a nNOS também foi identificada em áreas citoplasmáticas. A nNOS se apresentou heterogeneamente distribuída entre os diferentes tipos de fibras. Sua expressão foi mais alta nas fibras rápidas oxidativas e glicolíticas do tipo IIA do que nas fibras rápidas glicolíticas do tipo IIX e ausentes nas fibras lentas do tipo I. A prática de enduro induziu uma adaptação aeróbia oxidativa, no sentido de rápida para lenta, no músculo esquelético glúteo médio esquerdo de eqüinos e um aumento na expressão da nNOS. Além disto, foi possível demonstrar que a nNOS possui expressão e localização diferenciada no músculo glúteo médio de eqüinos que estão relacionadas com os tipos de fibras musculares e com o estado atlético dos cavalos.

ASSUNTO(S)

oxido nitrico equino treinamento

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