Acurácia de enfermeiros na classificação de risco em Unidade de Pronto Socorro de um Hospital Municipal de Belo Horizonte

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2009

RESUMO

A demanda de atendimento nos serviços de urgência tem aumentado consideravelmente nos últimos anos. Como estratégia de organização e humanização da assistência tem-se implantado o Acolhimento com Classificação de risco. Estratégias de acolhimento com protocolos para a classificação de risco têm sido implantadas nos serviços de urgência e no Brasil. Estas têm incluído protocolos para garantir que critérios padronizados de avaliação dos usuários sejam implementados. Este estudo teve como finalidade investigar a acurácia dos enfermeiros na avaliação e classificação de risco estabelecidas no protocolo institucional de um hospital municipal de Belo Horizonte, Minas Gerais, pela avaliação dos registros dos Boletins de Entrada (BE); das divergências contidas na avaliação realizada pelos enfermeiros no que se refere à coleta das informações e estabelecimento das prioridades de atendimento; na avaliação da classificação de risco frente à presença, ausência e/ou alteração nos dados vitais e pela determinação da acurácia dos enfermeiros no estabelecimento dos níveis de classificação de risco, pela concordância entre eles e o protocolo institucional. Tratase de estudo de coorte retrospectivo, com análise de registros de 382 fichas de atendimento dos usuários atendidos no setor de avaliação e classificação de risco, desde a implantação da estratégia de acolhimento em 22 de setembro de 2005 até 22 de setembro de 2007. Realizouse uma análise descritiva com estabelecimento de freqüência simples e percentual, assim como índices de concordância para a determinação da acurácia dos enfermeiros classificadores com relação à classificação atribuída. Para isso, foram calculadas a sensibilidade, a especificidade, o Valor Preditivo Positivo (VPP), o Valor Preditivo Negativo (VPN) e o coeficiente Kappa para cada nível de classificação. Considerando que os registros são fundamentais para a atribuição do grau de risco ao usuário os resultados apontam uma baixa qualidade dos registros realizados no momento da avaliação do usuário e atribuição do risco. A ausência dos dados registrados pelos enfermeiros, no momento da consulta inicial não demonstrou influência na classificação de risco realizada mediante o protocolo institucional. Os únicos dados escassos que mostraram uma associação com a discordância na classificação de risco realizada pelos enfermeiros e o protocolo institucional foram os dados vitais. Observou-se uma concordância sofrível a razoável entre os níveis de classificação, representados pelo coeficiente Kappa geral obtido (0,36). Os resultados apontam ainda uma tendência dos enfermeiros em classificar os usuários com graus de risco menos graves do que o estabelecido no protocolo institucional e, em contrapartida, em alguns casos foi observada uma tendência de superestimação do risco, o que pode determinar uma sobrecarga do Pronto Socorro pelo aumento na demanda de atendimento de pacientes que se encontram em situações clínicas caracterizadas por pouca ou nenhuma urgência. O estudo aponta para a necessidade de treinamento periódico dos profissionais enfermeiros daquele setor no que se refere às avaliações clínicas pautadas no protocolo institucional estabelecido com vistas à melhoria dos registros e, conseqüentemente da acurácia dos mesmos. Estas estratégias podem representar mais segurança para a equipe multiprofissional e melhora da atenção à saúde dos usuários no que concerne o atendimento de urgência.

ASSUNTO(S)

enfermagem teses questionários decs unidades de terapia intensiva/classificação decs humanos decs enfermagem/classificação decs terminologia como assunto decs classificação decs

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