Acidente do trabalho : adesão a quimioprofilaxia dos trabalhadores da saude pos-exposição a material biologico humano

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2003

RESUMO

Este estudo teve como objetivo verificar as características dos trabalhadores, avaliar as características dos acidentes ocupacionais, identificar a adesão à quimioprofi1axia contra o vírus da imunodeficiência humana e aos exames de seguimento protocolares dos trabalhadores da saúde pós-exposição a fluidos orgânicos humanos, com riscos aos agentes mecciosos como o mv, as vírus da hepatite B e da hepatite C. Verificou também a associação entre adesão a quimioprofilaxia contra o mv e determinadas variáveis. Trata-se de um estudo epidemiológico descritivo, que foi realizado numa regional de saúde do Estado de São Paulo, envolvendo 21 municípios. A população consistiu em 172 acidentados no ano de 2000 e 207 em 2001. Os dados foram colhidos através da ficha de notificação e investigação instituída pela Secretaria de Estado da Saúde. Os resultados mostraram que os acidentes aconteceram majoritariamente entre as mulheres, com 79% nos dois anos estudados; a faixa etária predominante foi entre 20 e 49 anos em mais de 90% dos acidentados. A idade média foi de 34 anos nos dois anos estudados. A categoria profissional mais acometida foi a equipe de enfermagem com 68% (em 2000) e 74% (em 2001). O período de maior ocorrência de acidentes foi o dia representando 81 % dos acidentes, o material biológico envolvido majoritariamente foi o sangue em 87% do total dos acidentes. A exposição percutânea representou 88% (2000) e 91% (2001), sendo os agentes causadores as agulhas com lúmen em 72% (2000) e 77% (2001). O conhecimento do status soro lógico dos pacientes-fonte para o HIV representou mais de 70%. No entanto, para o vírus da hepatite B e C, foi merior a 25%. Mais de 70% dos acidentados referiram esquema completo para vacina contra a hepatite B. Quanto à adesão à quimioprofilaxia contra o mv, dos 57% e 43% (2000 e 2001) dos acidentados que necessitaram de quimioprofilaxia, 12% recusaram a medicação no primeiro ano e 1,3% no segundo ano de estudo, sendo considerados aderentes em 2000 57,9% e 59,7% em 2001, pois tomaram a medicação por mais de 22 dias. A única variável que obteve associação estatística com adesão foi o paciente-fonte desconhecido, que obteve o valor de p=O,0138 em 2000 e p=0,0332 em 2001. Constatou-se que os exames de seguimento protocolar obtiveram uma boa adesão no momento do acidente tendo proporções superiores a 85% nos dois anos de estudo, exceto para o anti-HBs. Com o passar do tempo (exames aos 45 dias e aos 90 dias) a taxa de realização foi muito baixa (entre 57% e 67%). Ao atingir o final do período de seguimento (sexto mês após o acidente), as proporções de realização são superiores a 75%, mas inferiores a 80%, demonstrando baixa cobertura. Este estudo evidenciou a necessidade de estabelecer novas estratégias para interferir na realidade dos trabalhadores da saúde, a fim de nrinimizar a ocorrência dos acidentes e meJhorar a adesão à quimioprofilaxia contra o HIV e aos exames de seguimento protocolar

ASSUNTO(S)

pessoal da area medica descrição ocupacional acidentes de trabalho

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