Achados audiológicos de pacientes com perda auditiva por meningoencefalite

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

28/12/2010

RESUMO

O presente trabalho tem como objetivo analisar os achados audiológicos dos pacientes com perda auditiva associada às meningoencefalites. Foi realizado um estudo documental e descritivo sendo avaliados, inicialmente, 12.000 prontuários de duas instituições de referência do município de Fortaleza. Foram excluídos da amostra os pacientes com prontuários incompletos, ou com audiometria normal, ou com idade = 60 anos. A amostra final constou de 57 prontuários de pacientes. Foi preenchido um formulário contendo variáveis sóciodemográficas, data do último atendimento audiológico, instituição de atendimento e os dados clínicos relacionados à perda auditiva: limiares auditivos por frequência, grau e tipo da perda auditiva para cada orelha, data de atendimento audiológico e audiograma. Na análise da avaliação audiológica, foram observadas as orientações propostas pelos Conselhos de Fonoaudiologia para o Laudo Audiológico e os parâmetros propostos por British Society of Audiology. A coleta de dados iniciou-se após a aprovação pelo Comitê de Ética. O diagnóstico constante no prontuário foi auto-referido, sem informações sobre o agente etiológico da meningoencefalite. Os achados mostraram que a maioria dos pacientes 36 (63,2%) que buscaram os serviços fonoaudiológicos era do sexo masculino e 33 (57,9%) pertenciam à faixa etária menor de 20 anos. Em relação à configuração audiológica, predominou perda auditiva do tipo sensório-neural em 55 (96,5%) / 50 (87,7%), de grau profundo em 35 (61,4%) / 38 (66,7%), com configuração linear em 19 (33,3%) / 20 (35,1%) orelha direita e esquerda respectivamente, 54 (94,7%) bilateral, sem diferença significante quanto à simetria. Dos 57 (0,5%) pacientes avaliados, apenas um não foi protetizado e, em sua maioria, a indicação de prótese auditiva foi bilateral. Concluiu-se, com esta pesquisa, que os pacientes que procuram os serviços especializados provavelmente são os que têm queixas auditivas que comprometem sua qualidade de vida. A real magnitude do dano audiológico pós-meningoencefalite não pode ser avaliada neste desenho de estudo, porém deveria fazer parte do seguimento clínico dos pacientes com tais afecções. Há falta de preenchimento adequado dos prontuários dos pacientes pelos profissionais de saúde envolvidos no atendimento de tais pacientes. Reflete-se, aqui, diante da prática clínica, o desconhecimento pela população das leis e dos programas de concessão gratuita de prótese auditiva pelo Estado, que possibilitam uma melhor qualidade de vida ao cidadão.

ASSUNTO(S)

perda auditiva - dissertaÇÕes audiologia - dissertaÇÕes meningite - dissertaÇÕes saude coletiva

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