ACCIDENTAL POISONING IN CHILDREN AND ADOLESCENTS ADMITTED TO A REFERRAL TOXICOLOGY DEPARTMENT OF A BRAZILIAN EMERGENCY HOSPITAL

AUTOR(ES)
FONTE

Rev. paul. pediatr.

DATA DE PUBLICAÇÃO

25/11/2019

RESUMO

RESUMO Objetivo: Descrever o perfil dos atendimentos de crianças e adolescentes vítimas de intoxicações exógenas acidentais e os fatores associados às internações hospitalares. Métodos: Foi realizado um estudo transversal com base na revisão dos registros de todas as intoxicações acidentais de indivíduos com até 19 anos de idade, atendidos no setor de toxicologia de um hospital público de referência em 2013, excluídos os acidentes com animais peçonhentos e insetos. A intencionalidade da intoxicação foi baseada nos relatos. Foram calculadas percentagens e frequências para as variáveis qualitativas, e medidas de tendência central e de dispersão das variáveis quantitativas contínuas. Foi realizada análise múltipla, utilizando regressão logística binária para identificar as variáveis associadas à internação hospitalar das vítimas atendidas. Resultados: Em 2013, foram identificados 353 atendimentos em crianças e adolescentes. A faixa etária mais prevalente foi a de zero a quatro anos (72,5%), e predominaram indivíduos do sexo masculino (55%). A maioria dos atendimentos foi de pacientes residentes na região metropolitana (83%). Noventa por cento das intoxicações ocorreram nos domicílios; 82,7% se deram pela via oral, especialmente por medicamentos (36,5%) e produtos de limpeza (29,4% de todas as intoxicações). Resultaram em internações 12,2% dos casos, ocorrendo um único óbito. As variáveis associadas à internação foram: residir fora do município sede (razão de chances [OR]=5,20; intervalo de confiança de 95% [IC95%] 2,37-11,44) e o envolvimento de mais do que uma substância na intoxicação (OR=4,29; IC95% 1,33-13,82). Conclusões: O ambiente doméstico é o principal local em que ocorrem as intoxicações em crianças e adolescentes, especialmente por ingestão de medicamentos e produtos de limpeza e abaixo de quatro anos de idade. Esses achados justificam a priorização de ações preventivas direcionadas para esse perfil de acidentes.ABSTRACT Objective: To describe the profile of children and adolescents admitted for exogenous unintentional poisoning in the emergency room and analyze factors associated with subsequent in-hospital admissions. Methods: This is a cross-sectional study based on hospital records of all subjects up to 19 years-old admitted in 2013 at a specialized toxicology service on a major public emergency hospital due to unintentional intoxication (as reported). Accidents with poisonous animals and insects were excluded. Percentages and frequencies were calculated for the qualitative variables, and measures of central tendency and dispersion for the continuous quantitative variables. Multivariate analysis was performed using binary logistic regression to identify variables associated with subsequent in-hospital admissions. Results: In 2013, 353 cases were reported. Poisonings were more frequent in children 0-4 years-old (72.5%) and in boys (55%). The vast majority was of dwellers of the Metropolitan Region of Belo Horizonte (83%), and 90% of the accidental poisonings occurred at home. 82.7% of the poisonings occurred by oral ingestion, especially of medicinal (36.5%) and cleaning products (29.4% of all poisonings). Only 12.2% of the cases resulted in hospitalization, and only one resulted in death. Residing outside Belo Horizonte (OR=5.20 [95%CI 2.37-11.44]) and poisoning by two or more products (OR=4.29 [95%CI 1.33-13.82]) were considered risk factors for hospitalization. Conclusions: Accidental poisonings occurred most frequently by ingestion of household medications and cleaning products, especially among children under 4 years-old. Preventive strategies should be primarily directed for this prevalent profile.

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