Ação leishmanicida in vitro da miltefosine em formas promastigotas de Leishmania (Leishmania) amazonensis, Leishmania (Viannia) guyanensis, Leishmania (Viannia) braziliensis e estudo in vivo de sua eficáciano tratamento da leishmaniose cutânea experimental

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2008

RESUMO

A droga miltefosine é uma alquilfosfocolina de uso oral já usada na Índia no tratamento da leishmaniose visceral. O objetivo do presente estudo foi avaliar a ação in vitro e in vivo da droga no tratamento da leishmaniose cutânea experimental. Nos testes in vitro promastigotas metacíclicas de Leishmania (Leishmania) amazonensis, Leishmania (Viannia) braziliensis e Leishmania (Viannia) guyanensis foram incubadas 48 horas na presença de diferentes concentrações de miltefosine (100 a 3,1􀈝g/mL), N-metil glucamina (300 a 9,3􀈝g/mL) e associação das duas drogas. A avaliação foi feita pelo método colorimétrico Methyl Thiazolyl Blue. No teste in vivo, 80 camundongos, cepa C57BL/6 foram infectados com Leishmania (Leishmania) amazonensis e divididos em quatro grupos de tratamento (10 dias): miltefosine, N-metil glucamina, miltefosine+N-metil glucamina e controle sem tratamento. Doses: miltefosine via oral 20mg/kg/dia e N-metil glucamina intramuscular 400mg Sb+5/Kg/dia. Avaliação: medição da pata e parasitológico (culturas em meio Novy- McNeal-Nicolle, esfregaços para pesquisas de amastigotas e culturas em diluição limitante). Análises estatísticas: programa SPSS versão 13.0. Resultados in vitro: a concentração inibitória capaz de destruir 50% (IC50) das promastigotas de Leishmania (Leishmania) amazonensis foi de 12,2􀈝g/mL; para Leishmania (Viannia) braziliensis a IC50 foi de 22,9􀈝g/mL e para Leishmania (Viannia) guyanensis a IC50 foi de 271,7􀈝g/mL. Resultados in vivo: no grupo miltefosine as médias de diâmetro das patas caíram de 2,3 para 1,9 (p:0,004), no grupo controle as médias cresceram de 1,8 para 2,4 (p:0,001), nos grupos N-metil glucamina e miltefosine+N-metil glucamina não houve diferença estatística (p:0,407 e p:0,923). Nas culturas em meio Novy-McNeal-Nicolle e esfregaços para pesquisa de amastigotas os grupos miltefosine e miltefosine+N-metil glucamina tiveram as maiores porcentagens de exames negativos no pós-tratamento (p:0,017 e p:0,000). Nas culturas em diluição limitante não houve crescimento de formas promastigotas nos grupos miltefosine e miltefosine+N-metil glucamina. In vitro as promastigotas de Leishmania (Leishmania) amazonensis, Leishmania (Viannia) braziliensis e Leishmania (Viannia) guyanensis demonstraram sensibilidade ao miltefosine, sendo a Leishmania (Leishmania) amazonensis a mais sensível e a Leishmania (Viannia) guyanensis a menos sensível. In vivo a droga se mostrou eficaz no tratamento da leishmaniose cutânea experimental. Assim, conclui-se que a miltefosine parece ser uma droga potencial para o tratamento da leishmaniose cutânea no Brasil.

ASSUNTO(S)

miltefosine cutaneous leishmaniasis miltefosine ciencias da saude leishmaniose cutânea promastigotes promastigotas leishmania leishmania

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