Ação de óleos essenciais sobre Colletotrichum gloeosporioides (Penz) do maracujazeiro-amarelo

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

18/02/2011

RESUMO

A cultura do maracujazeiro é importante na região Norte de Minas Gerais, por ser responsável pela agregação de renda para diversos agricultores familiares. Essa cultura apresenta considerável gama de doenças, forçando os produtores a utilizar doses crescentes de fungicidas. Para tentar amenizar esses problemas, deve-se buscar o controle alternativo de doenças. Assim, a exploração da atividade antimicrobiana de compostos secundários das plantas, pode se constituir em uma forma potencial de controle alternativo de doenças nessa cultura. O objetivo dessa pesquisa foi investigar a ação de óleos essenciais de Lippia sidoides, Cymbopogon citratus e Ocimum gratissimum sobre o Colletotrichum gloeosporioides do maracujazeiro-amarelo. Na primeira fase da pesquisa foram realizados ensaios com o objetivo de investigar a composição química de cada óleo essencial e avaliar a ação fungistática e fungitóxica desses, sobre o fungo C. gloeosporioides. Os óleos foram analisados por cromatografia, em fase gasosa, acoplada com espectrometria de massas, e a atividade antifúngica foi avaliada no delineamento inteiramente casualizado, em esquema fatorial 5x3, sendo cinco concentrações (0, 1, 3, 5 e 7L mL-1) x óleos essenciais de três espécies medicinais, com quatro repetições. O timol (30,24%), os isômeros E e Z-citral (77,74%) e o eugenol (92,89%) foram componentes químicos com maior percentagem encontrados para L. sidoides, C. citratus e de O. gratissimum, respectivamente. Verificouse que o óleo essencial de C. citratus proporcionou a maior inibição do crescimento micelial em todas as concentrações testadas. Os outros óleos não se diferenciaram, exceto a partir da concentração de 5L mL-1, na qual o óleo de L. sidoides foi mais eficiente que o óleo de O. gratissimum. Na produção e na germinação de conídios, o óleo de C. citratus foi superior aos óleos de L. sidoides e de O. gratissimum, nas concentrações de 1 e 3L mL-1, inibindo, completamente, a produção e a germinação, a partir da concentração de 3L mL-1. Observa-se decréscimo nessas, à medida que as concentrações dos óleos foram aumentadas. Os óleos essenciais utilizados possuem efeito fungitóxico e fungistático, sugerindo que o timol, o citral e o eugenol são os responsáveis pela atividade observada. Na segunda fase, os ensaios objetivaram avaliar dois métodos de inoculação de C. gloeosporioides em maracujá, testar a patogenicidade de diferentes isolados, bem como, o efeito fungitóxico de concentrações do óleo dessas plantas sobre o fungo, no tratamento dos frutos. Montou-se um ensaio em delineamento inteiramente casualizado, para avaliar a patogenicidade de seis isolados (Iso 1, Iso 2, Iso 3, Iso 4, Iso 5, e Iso 6) do fungo, com seis repetições. O segundo ensaio foi conduzido em delineamento inteiramente casualizado e esquema fatorial 2x2, com dois métodos de inoculação (suspensão de conídios e disco de micélio) e dois estádios de desenvolvimento dos frutos (verdes e maduros) com seis repetições. As testemunhas constituíram-se de frutos inoculados apenas com água destilada esterilizada e frutos inoculados com disco de BDA. A atividade antifúngica dos óleos essenciais no tratamento dos frutos utilizou-se o delineamento inteiramente casualizado, em esquema fatorial 5x3+1, sendo cinco concentrações (0, 2, 4, 6 e 8L mL-1) e três óleos essenciais, mais o tratamento com fungicida (tebuconazol), com cinco repetições. Fez-se a caracterização química dos óleos por cromatografia gasosa, com espectrometria de massas. Todos os isolados foram patogênicos, sendo o isolado 1 o mais agressivo, seguido pelos isolados 2 e 3. Os frutos maduros apresentaram maior diâmetro das lesões, quando inoculados com suspensão de conídios. No tratamento dos frutos, o óleo de C. citratus proporcionou o menor diâmetro das lesões, até a concentração de 6L mL-1, diferindo dos outros óleos testados. Os óleos de L. sidoides e O. gratissimum não diferiram-se entre si. Na concentração de 8L mL-1, todos os óleos inibiram o desenvolvimento do fungo. Houve decréscimo no diâmetro das lesões, à medida que se aumentaram as concentrações dos óleos. O óleo de C. citratus apresentou maior efeito fungicida no controle do C. gloeosporioides nos frutos. Os óleos de L. sidoides e de O. gratissimum são eficientes, a partir da concentração de 8L mL-1. Conclui-se, o óleo de C. citratus apresentou efeito fungitóxico superior aos outros óleos, para todas as variáveis analisadas.

ASSUNTO(S)

fitopatologia. plantas medicinais. colletotrichum gloeosporioides. essencias e oleos essenciais.

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