ABUNDÂNCIA NATURAL DE 15N EM SOLOS E FOLHAS DE ÁREAS DE CAMPINA E CAMPINARANA DA RESERVA BIOLÓGICA DA CAMPINA INPA, REGIÃO DE MANAUS, AMAZONAS.

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2007

RESUMO

Formações vegetais de areia branca são caracterizadas por apresentar estrutura e funcionamento diferenciado em relação à floresta densa de terra-firme. Também apresentam uma menor disponibilidade de N e uma ciclagem mais fechada. O objetivo deste trabalho foi investigar os aspectos da ciclagem do nitrogênio em campinas e campinaranas, utilizando a abundância natural de 15N de folhas e solos ocorrentes em um gradiente campina campinarana floresta densa, na Reserva Biológica de Campina INPA, Manaus AM. Foram medidas as abundâncias naturais de 15N em solos e em oito espécies árboreas que co-ocorrem nestas formações vegetais. As seguintes hipóteses foram levantadas: se a variação da fisionomia das formações vegetais influencia na composição isotópica das espécies; se há variação nos valores apresentados pelas formações vegetais sobre areia branca, indicando a utilização de diferentes estratégias para a obtenção de N; e quanto a abundância natural de 15N desta vegetação difere em relação à floresta densa. Epífitas vasculares (Araceae, Bromeliaceae e Orchidaceae) que se desenvolviam nas árvores estudadas também tiveram suas composições isotópicas medidas, para comparar suas assinaturas às de suas hospedeiras e determinar quais as possíveis fontes de nitrogênio. Os valores de 15N das espécies arbóreas estudadas foram muito semelhantes aos observados em outros ambientes limitados por N, variando de -9,6 a +1,6 . Aldina heterophylla Spruce ex Benth (Caesalpiniaceae) apresentou valores mais enriquecidos do que as espécies nãoleguminosas, que puderam ser divididas em dois grupos. Isto pode ser indício da utilização de fontes de N em diferentes profundidades, bem como da utilização de N oriundo da associação com fungos micorrízicos. Foi observado um enriquecimento progressivo nas assinaturas isotópicas das espécies na campinarana. Os baixos valores observados demonstram que a pluviosidade e a temperatura não são os únicos fatores influenciando a composição isotópica destas formações vegetais. Os valores de 15N das epífitas foram mais enriquecidos do que os de suas hospedeiras, também sendo divididos em grupos de acordo com a principal fonte de N utilizada. A utilização de fontes diferenciadas parece ser uma estratégia comum tanto para as epífitas como para as árvores, uma vez que ambas se desenvolvem em ambientes nutricionalmente estressantes.

ASSUNTO(S)

ciclagem de n disponibilidade de nitrogênio fontes de n ecologia isótopos estáveis formações vegetais sobre areia branca

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