Abordagem dos aspectos psicológicos da mulher infértil :um estudo quali-quantitativo

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2004

RESUMO

Objetivo: avaliar a freqüência de estresse e níveis de ansiedade em mulheres inférteis, correlacionar esses aspectos com fatores de risco e analisar, qualitativamente, os sentimentos advindos da incapacidade de conceber, de forma a obter subsídios para uma orientação psicológica específica. Métodos: o estudo incluiu um total de 302 mulheres, sendo 152 inférteis (grupo caso: 30,3 5,4anos), e 150 não-inférteis (grupo controle: 25,7 7,9 anos). A abordagem quantitativa envolveu a aplicação do Inventário de Sintomas de Estresse de Lipp (ISSL) e Inventário de Ansiedade Traço-Estado (IDATE), ao passo que a abordagem qualitativa consistiu de uma entrevista semi-estruturada. As variáveis resposta consideradas foram: freqüência de estresse e escores de ansiedade (Estado e Traço). A análise estatística compreendeu a comparação de freqüências e medianas entre os grupos, por meio dos testes qui-quadrado e Mann-Whitney, respectivamente, assim como a construção de modelos de regressão logística para testar associações entre as variáveis resposta e os fatores de risco considerados. Os dados qualitativos foram analisados de forma descritiva e categorizados para realização de análise de correspondência. O nível de significância adotado foi de 5%. Resultados: na amostra estudada, a freqüência de estresse foi maior no grupo caso do que no controle (61,8 e 36,0%; respectivamente), no entanto, não foram observadas diferenças significativas entre os grupos com relação às fases do estresse e tipo de sintomatologia predominante. Em relação à ansiedade, não houve diferenças significativas entre os grupos caso e controle quanto às medianas dos escores de estado (39,5 e 41,0; respectivamente) e traço (44,0 e 42,0; respectivamente) de ansiedade. No grupo caso, os fatores de risco associados significativamente com estresse ou ansiedade foram: infertilidade primária, desconhecimento do fator causal, fase de investigação diagnóstica, religião e ausência de filhos advindos de outros casamentos. Na abordagem qualitativa, as mulheres inférteis expressaram as seguintes respostas emocionais predominantes: tristeza, ansiedade, raiva, medo e culpa. Conclusões: os resultados permitem concluir que as mulheres inférteis estão mais vulneráveis ao estresse, no entanto, são capazes de responder aos eventos estressores de forma adaptativa, sem comprometimentos mais sérios nas áreas física e psicológica

ASSUNTO(S)

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