Abordagem da sedação, da analgesia e do delirium em Portugal: inquérito nacional e estudo de prevalência

AUTOR(ES)
FONTE

Revista Brasileira de Terapia Intensiva

DATA DE PUBLICAÇÃO

2022

RESUMO

RESUMO Objetivo: Determinar as práticas atuais de cuidados intensivos em Portugal quanto à analgesia, à sedação e ao delirium, com base em uma comparação entre as atividades relatadas e a prática clínica diária. Métodos: Inquérito nacional em que os médicos foram convidados a relatar sua prática em relação à analgesia, à sedação e ao delirium em unidades de terapia intensiva. Para analisar a prática diária, realizou-se um estudo de prevalência pontual. Resultados: Responderam ao inquérito 117 médicos, e 192 pacientes foram incluídos no estudo de prevalência pontual. O inquérito e o estudo de prevalência mostraram uma avaliação generalizada do nível de sedação (92%; 88,5%). A Escala de Agitação e Sedação de Richmond foi a mais reportada e utilizada (41,7%; 58,2%), e o propofol foi o medicamento mais reportado e utilizado (91,4%; 58,6%). A prescrição de midazolam foi relatada por 68,4% dos respondentes, mas o estudo de prevalência pontual revelou a sua utilização em 27,6%. Embora 46,4% dos respondentes tenham relatado excesso de sedação, na realidade foi documentado em 32% dos pacientes. O inquérito relatou avaliação diária de dor (92%) com uso de escalas padronizadas (71%). Identificou-se resultado semelhante no estudo de prevalência pontual, com 91,1% de avaliação da analgesia feita principalmente com a Escala Comportamental de Dor. No inquérito, os opioides foram relatados como analgésicos de primeira linha. Na prática clínica, o paracetamol foi a primeira opção (34,6%), seguido de opioides. A avaliação do delirium foi relatada por 70% dos médicos, embora tenha sido realizada em menos de 10% dos pacientes. Conclusão: Os resultados do inquérito não refletiram com precisão as práticas habituais nas unidades de terapia intensiva portuguesas, tal como relatado no estudo de prevalência pontual. Devem ser feitos esforços principalmente para evitar o excesso de sedação e promover a avaliação do delirium.

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