Ablação tumoral fototérmica in vivo utilizando nanobarras de ouro / Photothermal tumor ablation in vivo using gold nanorods

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

02/02/2012

RESUMO

Ultimamente têm-se buscado tratamentos menos invasivos para o câncer, como os que utilizam campos magnéticos ou luz, e dentre esses últimos, aqueles que fazem uso de materiais, geralmente metálicos, com propriedade de ressonância plasmônica de superfície. O tratamento hipertérmico encaixa-se neste perfil e já apresenta resultados promissores com nanoshells de sílica recoberta por ouro e com nanobarras de ouro maciço, apesar de pouco se saber sobre o mecanismo de ação e sobre como as vias de morte celular são ativadas em tal tratamento. A síntese das nanobarras envolve o uso do composto brometo de cetiltrimetilamônio (CTAB), o qual permanece aderido à superfície das mesmas, porém é caracterizado por apresentar extrema citotoxicidade, fato que incita a modificação do recobrimento das nanopartículas por um biopolímero mais compatível. Estudos recentes indicam que o CTAB aderido à membrana não apresenta citotoxicidade considerável, porém há poucos dados que confirmem tal hipótese na literatura. Este trabalho se propôs a investigar a via de ativação da morte celular, bem como confirmar a hipótese de que as partículas recobertas por CTAB podem ser utilizadas para tratamento antitumoral fototérmico in vivo de forma segura. Para isso, nanobarras de ouro foram sintetizadas pelo método de seeding, sendo parte delas centrifugadas e lavadas com água deionizada por três vezes para retirar o CTAB e a outra parte deixada com CTAB no meio. As partículas foram testadas in vitro pelo teste de citotoxicidade pelo [brometo de 3-(4, 5-dimetiltiazol-2-yl)-2,5-difeniltetrazólio] (MTT) nas linhagens celulares HTC, HepG2, HT-29 e 786-O, e também foram testadas quanto à sua viabilidade com o tempo decorrido desde sua síntese. Após confirmar que as nanobarras centrifugadas e lavadas podem ser utilizadas no tratamento hipertérmico sem riscos à saúde e após verificar que as seeds e as nanobarras devem ser utilizadas até 48 horas depois de sua síntese, as nanopartículas foram utilizadas para tratamento de tumor de Ehrlich (induzido no dorso de camundongos). Para isso, foram organizados quatro grupos experimentais: L (camundongos não receberam nanopartículas, irradiados com laser em 808 nm), N (camundongos receberam nanopartículas, não irradiados com laser), H (camundongos receberam nanopartículas e irradiados com laser em 808 nm) e Controles (camundongos não receberam nanopartículas nem irradiação por laser). O material tumoral foi coletado após a irradiação e submetido à análise histológica, ao teste de quimiluminescência para avaliar a lipoperoxidação de membrana e ao teste de TRAP (do inglês, Total Radical-Trapping Antioxidant Parameter) para avaliar a capacidade antioxidante total. Após a irradiação com 2 W/\ CM POT.2\ ou 720 mW/\ CM POT.2\ de intensidade, houve evidente redução do volume tumoral nos animais do grupo H tratados com laser na maior potência utilizada, com um aumento de 47ºC (temperatura final de 79ºC) observado localmente. Nos animais do grupo H tratados com laser na menor potência utilizada, os danos foram menores. Os animais dos grupos L e H apresentaram semelhante lipoperoxidação, maior que no grupo N (estatisticamente significante somente nos animais tratados com laser em intensidade de 2 W/\ CM POT.2\ ), e a capacidade antioxidante dos tumores dos animais do grupo H foi elevada no protocolo com laser em 2 W/\ CM POT.2\ . Os resultados indicam que a necrose é a via de morte ativada prioritariamente neste caso e que o tratamento com as nanobarras se mostrou eficaz.

ASSUNTO(S)

apoptose apoptosis cancer câncer ctab ctab gold nanobarras nanorods necrose necrosis ouro

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