A vivência da mulher-mãe no alojamento materno durante a internação do recém-nascido na unidade de terapia intensiva neonatal

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2006

RESUMO

Este estudo tem como objetivo analisar os significados atribuídos pelas mães de recém-nascidos internados em Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN) a sua permanência no Alojamento Materno do Hospital Sofia Feldman. Caracteriza-se como um estudo qualitativo, descritivo-exploratório, orientado pela abordagem dialética. Foi cenário deste estudo o Hospital Sofia Feldman, situado em Belo Horizonte/Minas Gerais. Trata-se de uma instituição filantrópica, que presta assistência à mulher e ao recém-nascido e adota como missão a humanização da assistência. Os sujeitos da pesquisa são 35 mulheres que permaneceram no Alojamento Materno durante a internação do filho na UTIN. A coleta de dados ocorreu no período de 26/10 a 17/11/05, por meio de observação participante, grupo focal, diário de campo da participante e diário de campo da pesquisadora. Os discursos obtidos nos grupos focais e nos diários de campo das participantes foram submetidos à análise de conteúdo segundo a orientação de Bardin (1977). Da análise dos discursos emergiram duas categorias empíricas com suas respectivas subcategorias: A condição de mulher-mãe com um filho recém-nascido internado na UTIN: sentimentos vivenciados: a incerteza e o medo de perder o filho; a culpa; a fé e a religiosidade; o poder do recém-nascido; A permanência no Alojamento Materno: a vivência do espaço hospitalar; a convivência entre as mulheresmães; as demandas da mulher e da família; o apoio recebido; a descoberta de novos sentidos; compromisso, participação e aprendizado no cuidado com o filho. Os resultados revelaram os sentimentos vivenciados pelas mulheresmães na condição de mãe de recém-nascido internado na UTIN evidenciando que o principal significado de sua permanência no Alojamento Materno é a possibilidade de ficar junto do filho e participar de seu cuidado. Durante sua permanência no Alojamento Materno a mulher-mãe constrói uma rede de apoio composta pelas outras mulheres-mães que vivenciam a mesma situação, pela equipe de saúde e pela família. Essa rede constitui-se em elemento facilitador de sua permanência. Os resultados evidenciam, ainda, que apesar da permanência da mulher-mãe em tempo integral na instituição, não lhe é possibilitado integrar-se efetivamente no processo de cuidado do filho, sinalizando a necessidade de se repensar a organização do processo de trabalho e de se reestruturar o trabalho dos profissionais de saúde com vistas a atender às necessidades do recém-nascido e sua mãe/família, considerandose a integralidade e a humanização da assistência. O estudo permite, por um lado, reconhecer um avanço na assistência oferecida ao recém-nascido, à mãe e à família. Mas, por outro lado, mostra que o desejo da mulher-mãe de participar do cuidado de seu filho enfrenta as limitações da organização do processo de trabalho dos profissionais de saúde.

ASSUNTO(S)

relações mãe-filho decs. mães/psicologia decs. recém-nascido decs. alojamento conjunto decs. criança hospitalizada decs. relações interpessoais decs. unidades de terapia intensiva neonatal decs. avaliação de processos (cuidados de saúde) decs. dissertações acadêmicas decs. acontecimentos que mudam a vida decs. prestação de cuidados de saúde/tendências decs. emoções decs. processos grupais decs.

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