A vida como valor para orientar a educação ambiental : uma análise do marco regulador brasileiro

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

2011

RESUMO

Este trabalho discute a educação ambiental brasileira, contribuindo para no avanço do tema. A tese é que sem considerar o valor vida e o princípio da busca do atendimento mais adequado das necessidades filogenéticas, a educação ambiental terá dificuldades de avançar no sentido de edificar uma sociedade sustentável para todos. A discussão é complexa e a verificação destes pressupostos na sociedade mais ainda. Para tanto buscamos um recorte pela legislação, dentro deste tema trabalhamos especificamente com o Marco Regulador da Educação Ambiental brasileira. Analisamos os valores e princípios presentes nesses documentos. Consideramos como marco regulador os Parâmetros Curriculares Nacionais, particularmente, o tema transversal sobre o meio ambiente de 1997, a Lei nº 9.795 de 27/04/1999 que institui a Política Nacional de Educação Ambiental e o Programa Nacional de Educação Ambiental de 2005. Somos conscientes dos riscos de trabalhar com a legislação, já que a lei nem sempre é resultado de uma ampla discussão na sociedade e, portanto, não revela o pensamento e as necessidades da mesma. No entanto ela é, ao mesmo tempo, um retrato de que forças estão impondo a organização da sociedade no educacional e sob que pilares. Para apoiar nossa tese buscamos auxílio em Leff, particularmente no seu conceito heurístico de racionalidade ambiental, e para avançar na proposta de Leff, recorre-se a teoria da autopoiese de Maturana, a teoria da Endossimbiose de Margulis e a teoria da Gaia de Lovelock, a discussão existente de qualidade de vida e promoção da saúde. Isso tudo para fundamentar a necessidade de considerarmos o valor vida e o princípio da busca do atendimento mais adequado das necessidades filogenéticas. Partimos do conceito de conscientização, tal como Freire o entende, ou seja, uma posição epistemológica que assumimos para desvelar a realidade. Uma postura crítica frente ao atendimento das necessidades filogenéticas, tendo o sentimento de bem estar do próprio corpo como parâmetro dessa busca. Ação-reflexão na procura da melhor forma de atender a essas necessidades. Iniciamos mostrando onde nasce a insustentabilidade na sociedade capitalista: na crença que o material é o que importa. Diante da crítica da sociedade que valoriza o lucro apontamos como caminho a adoção de uma sociedade sustentável, onde a questão ambiental seja vista de uma forma mais ampla, numa valorização do ambiente e do ser humano. Consideramos que a vida como valor hegemônico deve fazer parte da orientação de uma Educação Ambiental (EA) que busca contribuir com a construção de uma sociedade sustentável. Sendo um valor alternativo ao valor dinheiro da sociedade capitalista. Nós defendemos que o principal valor é a vida porque se não estivermos vivos nada tem valor. O princípio que adotamos para viabilizar esse valor é a busca de atender adequadamente as necessidades filogenéticas de respirar, dormir, alimentar e excretar. Essas são as necessidades fundamentais exatamente porque é o atendimento dessas necessidades que nos mantêm vivos. Defendendo está tese partimos para análise do marco regulador brasileiro. Verifica-se que á qualidade de vida perpassa todos os textos jurídicos analisados, contudo seu conteúdo não é explicitado. A tese defendida é que para educação ambiental avançar é necessário que se considere valor vida e o princípio da busca de atender adequadamente as necessidades filogenéticas tornem-se uma práxis. Acreditamos que isso precisa estar presente para que a educação ambiental contribua com a construção de uma sociedade sustentável.

ASSUNTO(S)

environmental education educação ambiental sustentabilidade values beginnings qualidade de vida quality of life

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