A UVB-susceptibilidade como teste prognÃstico na HansenÃase

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2003

RESUMO

A radiaÃÃo ultravioleta constitue-se no mais importante fator ambiental que altera a estrutura e funÃÃo da pele humana. Pelo seu potencial efeito depressor da imunidade mediada por cÃlulas e modulador da resposta imune, de determinaÃÃo genÃtica, tem sido objeto de estudos em algumas doenÃas infecciosas especialmente naquelas cuja imunidade mediada por cÃlulas (CMI, cell mediated immunity) està intimamente relacionada à capacidade do organismo em combater patÃgenos intracelulares como o M.leprae, agente causador da HansenÃase. A HansenÃase(MH) à doenÃa infecciosa, predominantemente neuro-cutÃnea, de comportamento crÃnico, caracterizada pelo amplo espectro de apresentaÃÃo clÃnica, com pÃlos estÃveis TuberculÃide (MHTT), de grande resistÃncia imunolÃgica do indivÃduo e doenÃa localizada, e Virchowiano(MHVV) que pode apresentar disseminaÃÃo da doenÃa para outros ÃrgÃos e tecidos, devido à aparente completa ausÃncia de resistÃncia. Em paÃses tropicais, nos quais encontram-se altos Ãndices de prevalÃncia da doenÃa, provÃveis condiÃÃes ambientais, incluindo a exposiÃÃo à radiaÃÃo ultravioleta (RUV), podem atuar como fatores de risco para a MH. Estes fatores motivaram-nos a desenvolver um estudo de caso-controle para verificar se hà associaÃÃo entre o traÃo genÃtico de suscetibilidade ou resistÃncia à radiaÃÃo ultravioleta e as formas polares da HansenÃase MHVV(casos) e MHTT(controles), respectivamente. Para tal realizamos busca ativa de pessoas portadoras de MH em diversas comunidades em Recife-PE-Brasil e SÃo LourenÃo da Mata (RegiÃo Metropolitana de Recife), selecionando pessoas portadoras das formas polares da MH da classificaÃÃo de Ridley e Jopling-1962, totalizando 38 pessoas portadoras da MHV/casos(30,4%) e 87 pessoas portadoras da MHT/controles(69,6%). Foram excluÃdas pessoas portadoras ou com antecedente de cÃncer de pele e/ou herpes simples recidivante (nestas a UVB-Susceptibilidade jà à considerada marcador de risco), portadores de doenÃas auto-imunes, uso de imunossupressores, desnutridos e em quadros reacionais. Em todos procedemos aos testes para determinaÃÃo do traÃo fenotÃpico de UVB-Suscetibilidade ou UVB-ResistÃncia, pela aplicaÃÃo de disco embebido em Dinitroclorobenzeno(DNCB) a 2% em Ãrea previamente irradiada (24 horas) com duas vezes a Dose Eritematosa MÃnima(DEM). ApÃs 21 dias, foi aplicado em regiÃo escapular (Ãrea nÃo exposta à irradiaÃÃo solar) disco semelhante embebido em DNCB a 0,05%, para verificar se a sensibilizaÃÃo havia se processado. As pessoas que apresentaram reaÃÃo positiva ao DNCB a 0,05% foram consideradas resistentes (UVB-Resistentes), o oposto podendo ser considerado para aqueles que nÃo desenvolveram resposta(UVB-SuscetÃveis). A freqÃÃncia encontrada de UVB-S foi de 24 pessoas (60,3%) no grupo de portadores de MHVV(casos) e de 30 pessoas (30,4%) no grupo MHTT(controles), diferenÃa estatisticamente significativa (x2=7,73 p=0,005), sugerindo que a UVBSuscetibilidade pode se constituir em fator de risco para o desenvolvimento da forma Virchowiana da MH

ASSUNTO(S)

immunity uvb leprosy uvr medicina imunidade hansenÃase

Documentos Relacionados