A utopia tenentista na construção do pensamento marxista de Nelson Werneck Sodre
AUTOR(ES)
Paulo Ribeiro Rodrigues da Cunha
DATA DE PUBLICAÇÃO
2001
RESUMO
A presente pesquisa, objetiva apreender a construção do pensamento político de Nelson Werneck Sodré de 1930 à 1950, período em que se estabelece a transição de uma trajetória tenentista ao marxismo, como também se configura a fundamentação de suas teses principais. A centralidade deste desenvolvimento temático, passa por dois eixos nodais, apreendidos na perspectiva de suas duas vocações. A primeira, encontra Sodré como intelectual e nesse caso, o entendemos como um historiador da corrente historicista. A segunda vocação, refere-se a sua condição de militar que chegou a patente de General de Brigada e como aspecto correlato, de origem pequeno burguesa. Ambas as vocações tem desenvolvimentos paralelos e são confluentes pela mediação da política. Nesse sentido, procuramos desenvolver sua trajetória política e vocacional, a partir da contribuição de intelectuais como Michael Lowy, Luckács, e, verificar como se estabelece sua rotação ao pensamento revolucionário. A análise também procura demonstrar alguns pressupostos diferenciados do que comumente foi apreendido em relação à sua obra. Nesse caso, entendemos que teses como: História Nova, o Exército Democrático, a Burguesia Nacional, o Feudalismo, o Imperialismo foram originalmente gestadas em uma concepção tenentista com referenciais analíticos dissociados do pensamento originário da III Internacional ou mesmo da Declaração de Março de 1958. Na verdade, essa fase tenentista em transição ao marxismo, está relacionada à influência de intelectuais relacionados ao pensamento da II Internacional entre outras influências, algumas até conservadoras, mas que pavimenta sua rotação ao marxismo e possibilita uma nova substância teórica em suas análises futuras, incorporando pioneiramente nesta reflexão, autores como Lukács e Mariategui. Vale ressaltar nesta rotação, a militância no PCB que, correlacionada à estas influências, norteiam sua concepção de política no que denominamos Moralidade do Compromisso. É por esta razão, que discordamos do autor, pois, entendemos não ser esta uma fase de alienação ou negação, como admite e que, a política seja um componente ausente em suas reflexões. Por fim, a pesquisa procura estabelecer a singularidade de uma leitura de Brasil, norteada por um pensamento nacionalista à esquerda que, em Sodré, adquire estatuto teórico próprio, gestados neste período, mas também na práxis, face a sua vocação militar - e que, na década de 50, veio a ser conhecida como Revolução Brasileira.
ASSUNTO(S)
nacionalismo e socialismo imperialismo intelectuais - brasil militares
ACESSO AO ARTIGO
http://libdigi.unicamp.br/document/?code=vtls000220595Documentos Relacionados
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