A utopia antipolítica de Negri e Hardt

AUTOR(ES)
FONTE

Lua Nova

DATA DE PUBLICAÇÃO

12/09/2019

RESUMO

Resumo Este trabalho tem por objetivo criticar a sociologia e a política de Negri e Hardt. Do ponto de vista sociológico, o exame dos movimentos de captura do comum por mecanismos rentistas do capitalismo tardio sugere ser infundada a aposta dos autores no potencial emancipatório da dinâmica de êxodo supostamente instaurada pela produção comum. Do ponto de vista político, trata-se de interrogar a projeção utópica da multidão como sujeito político revolucionário a quem caberia a tarefa de realizar a democracia absoluta. A fantasia anarquista de Negri e Hardt não apenas repete o purismo de seus predecessores clássicos, como também se mostra inconsciente de que sua materialização redundaria numa espécie de anarcocapitalismo, não no socialismo democrático imaginado pelos autores.Abstract Negri and Hardt’s success among the new political activism calls for a critical assessment of their sociology and politics. From a sociological perspective, we shall argue that a critical evaluation of the capture of the commons by late capitalism’s financial mechanisms suggests that the authors’ belief in an emancipatory potential of multitude’s cooperative production is flawed. From a political standpoint, we will examine the assumptions and effects of the utopic projection of the multitude as a revolutionary political subject whose task consists in realizing the “absolute democracy”. The authors’ anarchic fantasy reenacts classic and naive anarchist idea of purity, remaining blind to the fact that its actual realization would pave the way for anarcho-capitalism, rather than the democratic socialism they dreamed of.

Documentos Relacionados