A terapia com células mononucleares atenua a aterosclerose em camundongos ApoE Knockout

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

12/12/2011

RESUMO

As doenças cardiovasculares estão entre as maiores causas de morbidade e mortalidade no mundo. Dentre estas, destaca-se a aterosclerose, uma doença inflamatória crônica que acomete a parede de artérias de grande e médio calibre. Apesar das terapias convencionais, intervenções farmacológicas ou cirúrgicas, serem de grande valia, a terapia celular surge como uma nova estratégia terapêutica no tratamento e prevenção da aterosclerose. Dessa forma, este estudo tem como objetivo avaliar os efeitos da infusão de células mononucleares (CMN) sobre a evolução das lesões ateroscleróticas em camundongos knockout para o gene da apolipoproteína E (apoE KO). Camundongos apoE KO fêmeas com 6 meses de idade (n=16) e camundongos lacZ (animais transgênicos para -Galactosidase) foram utilizados nesse estudo. Os animais apoE KO receberam dieta hipercolesterolêmica (1,25% colesterol) para acelerar o processo de aterogênese por quatro meses. Aos quatro meses de idade, os animais eram divididos em dois grupos: 1) Grupo controle apoE KO e 2) Grupo que recebeu a terapia com CMN apoE KO-CMN. Os animais apoE KO-CMN receberam 8 infusões endovenosas de células mononucleares isoladas do baço de camundongos lacZ (106 células/semana). Após eutanásia, coletou-se o sangue para dosagem de colesterol plasmático, a artéria aorta foi removida para análise histoquímicas. Investigou-se a área de deposição lipídica, o remodelamento vascular, a expressão de óxido nítrico sintase endotelial (eNOS), a produção de ânions superóxido e a presença de células progenitoras endoteliais. Os dados estão expressos como média EPM e a análise estatística foi realizada por teste t de Student ou ANOVA 1-via (p<0,05). A análise histológica da aorta mostrou uma redução significativa na área de deposição lipídica nos animais que receberam a terapia celular (apoE KO-CMN) quando comparados ao grupo controle apoE KO (0,051 0,004 vs 0,117 0,016 mm2, respectivamente, p <0,01). Além disso, a análise morfométrica revelou que a terapia com CMN impediu o remodelamento positivo dos animais apoE KO, normalmente observado (apoE KO-CMN: 0,98 0,07 vs apoE KO: 1,37 0,09), utilizando animais selvagens (C57BL/6J) como referência. O grupo tratado com CMN também apresenta redução da produção de ânions superóxido e aumento da expressão da eNOS quando comparados aos animais apoE KO. Finalmente, a imunohistoquímica revelou uma migração de células progenitoras endoteliais (CPE) nas aortas dos animais apoE KO-CMN. Conclui-se que a terapia com CMN atenua a progressão da aterosclerose em aortas de camundongos apoE KO. Nossos dados fornecem evidências de que o mecanismo pelo qual esta atenuação ocorre inclui a migração de CPEs, diminuição no estresse oxidativo e aumento da expressão de eNOS

ASSUNTO(S)

aterosclerose camundongos knockout estresse oxidativo células mononucleares remodelamento vascular ciencias da saude

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