A técnica de Lichtenstein nas hérnias inguinais primárias e recidivadas - cirurgia ambulatorial em hospital universitário
AUTOR(ES)
Peres, Marco Antonio de Oliveira, Nieri, Tâmara Maria, Barcelos Neto, Heitor Sebastião de, Andreollo, Nelson Adami
FONTE
ABCD. Arquivos Brasileiros de Cirurgia Digestiva (São Paulo)
DATA DE PUBLICAÇÃO
2007-12
RESUMO
RACIONAL: A técnica de Lichtenstein é o padrão-ouro na cirurgia das hérnias inguinais, permitindo fixação de prótese de polipropileno, sem tensão na linha de sutura, baixa recidiva, ampla aplicabilidade, fácil ensino aos jovens cirurgiões, alta precoce e menores custos. OBJETIVO: Análise retrospectiva dos resultados na cirurgia ambulatorial das hérnias inguinais primárias e recidivas pela técnica de Lichtenstein em Hospital Universitário. MÉTODOS: Entre agosto de 1994 a dezembro de 2001 foram realizadas 343 hernioplastias inguinais em 326 portadores de hérnias inguinais primárias ou recidivadas. Eram 304 (88,6%) masculinos, com idade que variou de 19 a 85 anos. Doenças concomitantes foram observadas em 196 casos (60,1%), predominando hipertensão, tabagismo e cardiopatia. Quanto ao lado, 232 apresentavam-se à direita e 94 à esquerda; dezessete doentes (7,3%), todos homens, tinham apresentação bilateral. Dentre as 38 (11,1%) hérnias recidivadas, 27 eram do lado direito. A técnica clássica de Lichtenstein foi realizada com prótese de polipropileno, de 15 x 7,5 cm, fixada com fio do mesmo material. RESULTADOS: A anestesia local foi a primeira escolha em 55,9%. Em apenas um caso (0,3%) foi necessária a intervenção do anestesista e a conversão da anestesia local para geral. Quatro doentes necessitaram permanência hospitalar de um dia. As complicações locais precoces registradas foram de seroma: 15 casos; infecção superficial de ferida operatória: 11 (3,3%); hematoma: 5 casos; e trombose venosa de cordão espermático: 2 casos. No seguimento tardio de cinco anos, a recidiva da hérnia foi observada em três casos (0,87%). CONCLUSÃO: Esta técnica revelou ser de fácil aplicação, segura, eficiente, podendo ser realizada sob anestesia local e ambulatorial, com baixos índices de complicações e baixa taxa de recidiva. Permitiu o ensino de alunos e residentes, bem como atender à demanda reprimida desta doença tão freqüente nos ambulatórios.
ASSUNTO(S)
hérnia inguinal técnica de lichtenstein cirurgia ambulatorial anestesia local
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