A Religiosidade/Espiritualidade dos Médicos de Família: Avaliação de Alunos da Universidade Aberta do SUS (UNA-SUS)

AUTOR(ES)
FONTE

Rev. bras. educ. med.

DATA DE PUBLICAÇÃO

2017-06

RESUMO

RESUMO Introdução Muitas universidades ao redor do mundo têm incluído o tema religiosidade/espiritualidade (R/E) no currículo médico no período de graduação, especialmente nos Estados Unidos e Reino Unido. Este artigo objetiva apresentar a opinião de médicos, especializandos em Saúde da Família da Universidade Aberta do SUS (UNA-SUS) na Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA) sobre o ensino do tema R/E na graduação em Medicina, as percepções dos profissionais sobre essa temática na prática clínica e os índices de religiosidade/espiritualidade dos estudantes. Metodologia Estudo transversal, em que um instrumento de pesquisa eletrônica foi disponibilizado aos alunos na plataforma virtual da UNA-SUS/UFCSPA, tendo sido convidados a participar voluntariamente todos os médicos de nacionalidade brasileira inscritos no curso de especialização em Saúde da Família entre os meses de junho e agosto de 2016. Resultados Foram obtidas 73 respostas (17,2%) de um total de 423 médicos. Foram encontrados 61,4% de católicos, 18,5% de evangélicos e 8,6% de espíritas, sendo 52,1% de não praticantes; 86,3% acreditam em Deus; 89% consideram importante ou muito importante o cuidado espiritual nas práticas em saúde e 94,6% consideram que a espiritualidade contribui para a saúde física. Constatou-se que 60,3% consideram a coleta da história espiritual como a habilidade mais importante a ser aprendida e 72,2% concordam em que o tema R/E deve ser abordado na graduação, enquanto 13,7% relataram contato prévio com o tema na faculdade. A relevância conferida à R/E no cuidado médico não parece ter sido mediada pela religiosidade intrínseca dos estudantes, pois não houve correlação estatisticamente significativa entre essa variável e a atribuição de importância à R/E na prática clínica (p = 0,585). Os médicos avaliados parecem reconhecer a importância da espiritualidade para os pacientes e para a saúde, mas são menos fortemente propensos a considerar o seu papel como cuidadores dessa dimensão. Conclusões A aceitação do tema R/E pelos médicos especializandos em Saúde da Família pela UNA-SUS/UFCSPA foi considerada bastante satisfatória. É necessário desenvolver propostas pedagógicas inovadoras, metodologicamente eficazes e apropriadas ao contexto da atuação médica no Sistema Único de Saúde, tanto na graduação, quanto nos programas de pós-graduação.

ASSUNTO(S)

espiritualidade educação médica atenção primária à saúde

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