A relação entre a percepção de controle de crises e qualidade de vida de adultos com epilepsia

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2003

RESUMO

A epilepsia, de um modo geral, por ser uma desordem neurológica crônica, afeta o comportamento e o bem-estar da pessoa. O seu diagnóstico revela uma alta incidência de dificuldades psicossociais que influenciam no ajustamento social e na qualidade de vida (QV) das pessoas com epilepsia. As conseqüências psicossociais da epilepsia são geralmente inúmeras e interferem na vida do sujeito no aspecto profissional, familiar, emocional e social. Portanto, o enfoque nas conseqüências psicossociais da epilepsia acaba sendo tão importante quanto o tratamento clínico voltado para a redução da freqüência de crises. A maneira como o sujeito percebe suas crises é uma medida subjetiva relacionada com a percepção do sujeito com relação ao controle de crises. Mesmo que as crises estejam sob controle, se o paciente ainda se preocupa em tê-las, sua QV é afetada da mesma forma. O que importa é como o indivíduo se percebe, como avalia a influência da doença em sua vida. Este estudo prevê analisar a dimensão do impacto de cada fator na vida do paciente: aspectos físicos, emocionais e sociais, enfatizando as variáveis do próprio sujeito, mais especificamente, a percepção de controle de crises. O questionário de qualidade de vida (QQV-65) foi aplicado em 140 pacientes que eram frequentemente atendidos no ambulatório de epilepsia da FCM/Unicamp. O escore total de QV variou de 28,00 a 93,24. A saúde foi o aspecto de QV considerado mais afetado, seguido do aspecto emocional, social, auto-conceito, lócus de controle, e aspectos físico e cognitivo. Não houve associação significativa entre a pontuação final de QV e os dados de idade, sexo, escolaridade, estado civil e religião. Em relação aos dados clínicos da epilepsia, tanto sua duração como a freqüência de crises não foram associadas à QV, no entanto a presença de crises no período da entrevista foi altamente significativa para todos os aspectos da QV. Houve relação significativa entre a percepção de controle de crises e todos os aspectos de QV. A avaliação de QV revela como pessoas com epilepsia percebem a si e aos outros ao seu redor em relação a sua doença. Essa percepção é extremamente importante porque é a partir dela que a pessoa vai lidar com os eventos cotidianos e com os limites impostos pela sociedade e pela doença em si. A maneira como a pessoa percebe a influência da doença em sua vida, é fundamental para sua avaliação de QV e seu contato com o mundo

ASSUNTO(S)

liberdade estigma (psicologia social)

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