A relação de estudantes do ensino médio de uma escola pública de Mariana - MG com o saber matemático e suas implicações no desempenho escolar em matemática

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2010

RESUMO

Pesquisa de natureza qualitativa centrada nas ações do sujeito desejante em relação ao saber matemático. Observou-se o sujeito em relação ao desejo de aprender ou de não aprender a matemática, exteriorizada na forma de uma determinada relação com o saber matemático. A amostra foi composta de 17 alunos das três séries do Ensino médio convidados a participar da pesquisa de forma espontânea. O Objetivo foi o de desvendar a relação que os alunos do Ensino médio estabelecem com o saber matemático e a implicação disso em seu desempenho escolar. Para coleta dos dados, os alunos responderam a um questionário constituído de questões fechadas (algumas acompanhadas de justificativas) e a três outros questionários com questões abertas. Analisaram-se, em seus relatos, a presença do sujeito desejante, expresso em sua subjetividade, e o indício de uma possível relação desse sujeito com o saber matemático. A partir daí, procurou-se perceber as implicações em seu desempenho escolar. Para a análise dos dados, delimitou-se um campo de observação abrangendo as relações que o aluno estabelece com a família, a escola, os colegas, o professor de matemática, os conteúdos matemáticos, etc. Essas relações são complexas e evidentes na interface do campo educacional, do saber da psicanálise e do desejo inconsciente presentes na relação com o saber, e, especificamente, com o saber matemático. A pesquisa tem como subsídio teórico os estudos da relação com o saber de Bernard Charlot, estudos na interface psicanálise e educação, produzidos por Maria Cristina Kupfer, Leandro de Lajonquière, além dos estudos de Sigmund Freud e Jacques Lacan na psicanálise serviram de subsídios nesta investigação. Nos resultados destaca-se que a relação dos alunos com o saber matemático é puramente institucional. A matemática aparece como um obstáculo a ser transposto e não necessariamente como um conhecimento que deve ser assimilado e compartilhado em seu aspecto cultural. Os aspectos subjetivos podem explicar o que o aluno relata sobre a dificuldade de aprender matemática e que as implicações da subjetividade no desempenho ocorrem com maior freqüência no campo da relação do aluno com o professor e no campo da relação do aluno com o conteúdo matemático. Esses resultados nos levaram a uma reflexão sobre a incorporação da subjetividade à didática da Matemática.

ASSUNTO(S)

matemática - estudo e ensino estudantes - avaliação ensino médio matematica

Documentos Relacionados