A “realidade do saber e da habilidade que se inculca”: clima, médicos e saúde pública no Brasil, 1808-1835
AUTOR(ES)
Freitas, Ricardo Cabral de; Edler, Flavio Coelho
FONTE
Ciência & Saúde Coletiva
DATA DE PUBLICAÇÃO
2022
RESUMO
Resumo Esse artigo analisa os esforços de construção de espaços próprios à intelectualidade médica no Brasil a partir da transferência da Corte de Lisboa para o Rio de Janeiro em 1808, passando pelo processo de independência do país, até a criação da Academia Imperial de Medicina, em 1835. A partir dessas iniciativas, procurou-se afirmar a proeminência do saber médico-científico diante das práticas de cura tradicionais, bem como uma agenda higiênica para a nação independente, fortemente atrelada à legitimação de uma expertise local sobre a climatologia brasileira. Ao longo desse processo, algumas lideranças médicas envolvidas buscavam afirmar a convergência entre o discurso higiênico e os interesses do Estado imperial nascente, ao mesmo tempo em que anunciavam renovar os mecanismos de legitimação da carreira que, supostamente, passavam a se dar pelo mérito científico em detrimento dos favorecimentos clientelares típicos do Antigo Regime.
Documentos Relacionados
- O clima, a paz e a saúde
- A medicina no Brasil Imperial: clima, parasitos e patologia tropical
- Medicina no Brasil imperial: clima, parasitas e patologia tropical
- Brasil na governança global do clima, 2005-2012: a luta entre conservadores e reformistas
- Médicos estrangeiros no Brasil: a arte do saber olhar, escutar e tocar