A (RE)INVENÇÃO DO FIM: lugares, ritos e secularização da morte em Goiás no século XIX

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

10/08/2012

RESUMO

Esta tese indaga sobre os ritos de morte praticados em Goiás no século XIX. A base documental do trabalho foram os registros de testamentos e de óbitos relativos ao período. Até meados do século a morte ainda carregava várias características que remontam à centúria anterior. Na metade final a sociedade passa por um amplo leque de transformações: as idéias liberais em voga que desejam a separação do Estado da Igreja e/ou mesmo a romanização entabulada pela Igreja querendo se livrar das amarras regalistas; a crescente urbanização e modernização das cidades que provoca um reordenamento nas mesmas, vistas como um lugar de circulação, que juntamente com as doutrinas higienistas que pregam o fim dos enterramentos ad sanctus e sua transferência para fora das cidades como forma de melhorar a saúde pública. No bojo de tais mudanças estão também os ritos mortuários, que abandonam as preocupações com alma e se voltam para as questões materiais, caracterizados também pela secularização dos cemitérios. O rompimento aponta para um novo paradigma: a perda de controle por parte da igreja e das irmandades nos atos relativos à morte. As práticas ensinadas nos manuais de bem morrer de uma morte pública e notória, são substituídas por um ritual restrito à família. Vida e morte vivem tempos novos.

ASSUNTO(S)

goiás morte rito secularização historia

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