A rabies epizootic in the eastern region of Campinas city, São Paulo, between 2000 and 2002 / Epizootia de raiva na região leste do municipio de Campinas, SP de 2.000 a 2.002

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2009

RESUMO

A raiva é uma doença de grande importância em saúde pública e por causar grandes prejuízos sócio-econômicos. Poucos são os estudos sobre epidemiologia e epizootiologia da raiva que utilizam as ferramentas do geoprocessamento e Sistema de Informação Geográfica (SIG). Este estudo tem como objetivo caracterizar o perfil epizootiológico da raiva em Animais Domésticos de Interesse Econômico (ADIE), no município de Campinas, SP, nos anos de 2.000 a 2.002, transmitidos pelo morcego hematófago, desmodus rotundus, e estudar a distribuição espacial dos casos e as variáveis associadas à ocorrência de mortes de ADIE. Foram utilizados dados secundários provenientes da Secretaria Municipal de Saúde e do Escritório de Defesa Agropecuária da Secretaria Estadual da Agricultura e Abastecimento. Os registros de óbitos confirmados laboratorialmente e a localização de 10 abrigos de morcegos hematófagos foram georreferenciados por meio de GPS (Global Position System). Na região de ocorrência dos casos pertencente à área de abrangência do Centro de Saúde Taquaral foi aplicado um questionário aos proprietários de imóveis e coletadas informações sobre finalidade da propriedade, existência de abrigos de morcegos, tipo de abrigo, existência de habitações humanas com morcegos, periodicidade de vacinação e ocorrência de mortes de animais nos últimos 6 meses. Foi ajustado modelo de regressão logística múltipla, tendo-se como variável resposta os óbitos por raiva e como variáveis preditoras as coletadas nas entrevistas. Foram investigadas 730 propriedades, obtendo-se coeficiente de mortalidade de ADIE de 2,3 por 1.000 animais (N=8230), sendo que para os eqüídeos foi de 17,96 por 1.000 animais. Os resultados mostraram 25 dos 66 óbitos estavam localizados a menos de 3.000 metros de três abrigos de Desmodus sp. As propriedades de ocorrência dos óbitos dos animais e os abrigos de morcegos hematófagos localizavam-se próximo a rios e bairros povoados, expondo a população humana a risco de raiva. A totalidade dos abrigos foram do tipo artificial, reforçando a adaptação do morcego a este tipo de abrigo. A espécie bovina foi a mais acometida pela doença, seguida da eqüina, embora os coeficientes de mortalidade tenham sido maiores nestes últimos. A cobertura vacinal foi alta, mas em intervalos inadequados. As variáveis associadas estatisticamente aos óbitos foram a existência de abrigos de morcegos e ocorrência de mortes nos últimos 6 meses nas propriedades. Reforça-se a relevância de manter níveis adequados de cobertura vacinal de raiva em ADIE conforme preconizam os órgãos sanitários. A incorporação das ferramentas e técnicas de geoprocessamento mostra-se úteis na avaliação e controle de epizootias. A intersetorialidade dos órgãos públicos da saúde e agricultura propiciou vínculos com a comunidade e mostrou-se importante na promoção, prevenção e proteção da saúde pública e animal.

ASSUNTO(S)

zoonoses epidemiology morcego geoprocessing epidemiologia zoonoses hidrofobia herbivores rabies geoprocessamento bats herbivoro

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